O protesto em Manaus pedindo o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) foi marcado mais pela dúvida sobre o número de apoiadores ao movimento #ForaDilma que pelo sentimento nacionalista de mudança. Tanto nas ruas como nas redes socais o que se via era um grande embate entre o grupo do PSDB (organizador do evento) e do PT sobre quantas pessoas os tucanos conseguiram convencer a sair de casa na tarde deste domingo para “lutar contra a corrupção”. Enquanto os discípulos de Aécio Neves (PSDB) falavam em 25 mil, os defensores de Dilma apostavam em 3 mil pessoas. Já a Polícia Militar calculava um protesto com, aproximadamente, 7 mil pessoas, mas o que se via “a olhos nus” eram, no máximo, 5 mil pessoas na manifestação. Independente do número de manifestantes, ficou claro que o movimento não conseguiu atingir sua meta de fazer pelo menos 50 mil pessoas saírem de casa para “brigar pelos seus direitos”, e a desculpa para não exercer o “direito de cidadão” foi o tradicional calor, tão comum na cidade nessa época do ano e que, ontem, chegou a 36º, no horário marcado para a concentração do evento.
Quentes e nacionalistas
Se em Manaus a desculpa para não sair de casa para protestar foi o calor, nas capitais nordestinas o Sol e o calor não prejudicaram o sentimento nacionalista dos manifestantes. Com quase três vezes menos habitantes que Manaus, Natal (RN) conseguiu levar às ruas 10 mil pessoas, e Maceió (AL), com a metade da população da capital amazonense, reuniu 15 mil na manifestação. Nas duas cidades, o termômetro marcou na tarde de ontem entre 35º e 40º.
Entraves
O processo que pede a cassação do governador José Melo (Pros) por utilização de policiais militares na campanha eleitoral de 2014 pode sofrer novos entraves para ser julgado. Na sexta-feira, 14, o juiz Marco Pinto da Costa não devolveu a ação com o voto-vista, alegando que recebeu os documentos no dia anterior e tentou remarcar a entrega do processo para a próxima quinta-feira, 20, um dia antes de acabar o biênio do relator da ação, Affimar Cabo Verde Filho, que votou pela cassação do governador, mas o pleno do TRE-AM (Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas) decidiu que ele deveria devolver o processo na quarta-feira, 19.
Adiamento
Se outro juiz do TRE pedir vistas do processo, a Corte terá dificuldades para marcar uma nova data para o julgamento da ação. Affimar Cabo Verde sai do cargo na semana que vem e o TRE terá que sortear um novo relator, o que pode gerar uma nova longa espera.
Não pegou
Ainda não pegou a promoção do governo para o incentivo à cobrança da nota fiscal nos estabelecimentos comerciais. Atrelado à falta de informação dos próprios atendentes sobre a campanha, mais de 60% dos ganhadores dos prêmios instantâneos não cadastraram o CPF no portal da Cidadania Fiscal da Sefaz, que garante o recebimento dos prêmios.
“Corda bamba”
Depois de dizer na imprensa que o governador José Melo sabia das “celas de luxo” mantidas no Compaj para criminosos de alta periculosidade que tivessem “bom comportamento”, o secretário estadual de Administração Penitenciária, Louismar Bonates, inicia a semana sem saber se continuará no cargo até o fim do mês. Neste domingo, aumentaram os rumores de que Melo avaliava a permanência do oficial da PM no comando da pasta.