MANAUS – Manacapuru, terceiro maior município do interior do Amazonas, com 95 mil habitantes, tem uma sina de gestores envolvidos irregularidades. Pelo menos os últimos são assim. Nesta semana, o Tribunal de Contas do Estado condenou o ex-prefeito Jaziel Nunes de Alencar, o Tororó, a pagar ou devolver R$ 15,2 milhões, dinheiro que ele não comprovou gastos. Mas ele não está sozinho.
Angelus Figueira, que administrou o município ente 2010 e 2012, também foi condenado pelo TCE, no mês passado. O Tribunal determinou que ele devolva aos cofres públicos quase R$ 30 milhões. No rol de problemas identificados pelo TCE estão licitações suspeitas, dispensas de licitação e uma série de contratos com gastos não comprovados.
Agora, o novo prefeito Betanael da Silva D’Angelo, o Beto D’Ângelo, começa a colecionar problemas para o futuro e a comprometer o presente dos manacapuruenses. O prefeito começou com um decreto de estado de emergência, algo comum nas administrações de municípios do interior do Amazonas, que serve de desculpas para dispensas de licitação e contratos suspeitos.
Foram inúmeros os contratos com dispensa de licitação para a área da saúde, por exemplo, e que já começam a mobilizar o Ministério Público do Estado. Promotores que atuam em Manacapuru tiveram a demanda de serviços elevada por conta de inúmeras denúncias que chegam àquele órgão de controle, de acordo com fontes do ATUAL.
O prefeito também fez um processo seletivo simplificado para a contratação de 821 servidores temporários. A medida, de alegada urgência, também começa a ser questionada. Pessoas que participaram da seleção e ficaram de fora da lista de aprovados questionam os critérios adotados para descartar quem tinha melhor currículo e premiar quem não tem experiência. A suspeita é de que houve favorecimento de amigos do poder. Essa demanda também começa a chegar ao Ministério Público.
O ATUAL está atento ao que acontece nos municípios do interior do Estado e começa, na próxima semana, uma série de visitas às cidades da Região Metropolitana para ouvir a população, verificar a situação da cidade e, acima de tudo, fiscalizar a aplicação do dinheiro público. Manacapuru será o primeiro município.
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