BRASÍLIA – Em conversas com parlamentares na semana passada, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu que o Congresso preservasse os empresários Mauro e Cristina Marcondes de convocações para que expliquem sobre a suposta compra de uma Medida Provisória editada no seu governo. Lula teria argumentado que isso abalaria muito a família do casal.
Os dois são donos da consultoria Marcondes ? o filho do petista, o empresário Luís Claudio Lula da Silva e os ex-ministros Gilberto Carvalho e Erenice Guerra. Os requerimentos apresentados na CPI são de convocação, o que significa que se forem aprovados na sessão desta quinta-feira todos serão obrigados a comparecer, ao contrário do que ocorreria se fossem convites. Segundo Ataídes Oliveira, a ampliação do objeto da CPI nesse caso esta respaldada em decisões tomadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
“Essa ampliação do objeto da CPI em função de fatos novos surgidos no curso da investigação é perfeitamente admissível e cabível, como se vê, por exemplo, do Inquérito nº 2.245, de que foi relator o Ministro Joaquim Barbosa, do MS 23.639, de que foi relator o Ministro Celso de Mello e do HC 71.039, de que foi relator o Ministro Paulo Brossard”, argumentou.
O primeiro a defender que a CPI investigue o suposto esquema de compra da MP foi o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) que chegou a interpelar o lobista Alexandre Paes dos Santos, o APS, sobre o assunto na última reunião do colegiado. Segundo documentos aos quais a reportagem teve acesso, APS teria atuado para viabilizar a MP. Uma agenda dele descreve o passo a passo das discussões dobre a norma e reunião com Gilberto Carvalho. O ex-ministro nega o encontro.
Na Câmara, o PPS também apresentou requerimentos para ouvir os envolvidos, incluindo o ex-presidente Lula. O PSDB pediu para que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, investigue o caso que já é alvo de inquéritos da Polícia Federal e do Ministério Público Federal.
(Estadão Conteúdo/ATUAL)