Da Redação
MANAUS – O MPF-AM (Ministério Público Federal no Amazonas) informa que não há dados técnicos que justifiquem o pedido de anulação das ações penais da Operação La Muralla apresentado pela defesa de Gelson Lima Carnaúba, um dos líderes da facção criminosa FDN (Família do Norte), que cumpre pena no presídio federal de Catanduvas (PR). No documento, a alegação é de que as provas apresentadas foram obtidas de forma ilegal e depois adulteradas pela PF (Polícia Federal).
Ainda de acordo com o MPF, o laudo pericial apresentado pela assessoria jurídica de Carnaúba “já foi juntado pela defesa do réu a outros processos que tramitam em 1ª instância e foi rechaçado de plano pela Justiça em todas as ações”. Em nota encaminhada ao ATUAL, o Ministério Público Federal reitera a legalidade da Operação La Muralla e das provas recolhidas durante as investigações.
No documento apresentado pela advogada de Carnaúba, Paloma Gurgel, a alegação é de que o relatório de investigação apresentado pela PF e pelo MPF “encontra-se viciado, impreciso e cheio de falhas”. Conforme o laudo pericial apresentado por Paloma, houve “manipulação do material”, o que levaria à “possibilidade de supressão intencional de informações, visando prejudicar e incriminar os réus (membros da FDN)”. A solicitação para anular a operação foi divulgado pelo site UOL (Universo Online).
A operação La Muralla foi deflagrada em novembro de 2015 e revelou a estrutura organizacional da FDN. A investigação da PF interceptou ligações e mensagens trocadas por membros do grupo criminoso, advogados e agentes públicos, inclusive membros do Poder Judiciário do Amazonas.