Por Lúcio Pinheiro, da Redação
MANAUS – A ALE-AM (Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas) promulgou uma lei criando no Estado um serviço denominado de “Narcodenúcia”, que seria um número de telefone exclusivo para receber denúncias relacionadas ao narcotráfico.
A Lei n° 433 foi publicada no Diário Oficial da ALE-AM desta quinta-feira, 19. A matéria é de autoria do ex-deputado estadual Marcelo Ramos (PR) e foi apresentada há quase seis anos, em novembro de 2011.
Segundo o texto, o serviço poderá ficar sob a coordenação geral do Departamento Estadual de Repressão da SSP-AM (Secretaria de Estado de Segurança Pública). Caberá ao governo normatizar a execução da lei. Para o autor da matéria, o serviço poderá agilizar a ação da polícia.
“Hoje, a denúncia entra na denúncia geral do 190. Então é você criar um canal de denúncia específica com filtro direto no Departamento de Narcotráfico. E não entrando no filtro geral do 190 que você não sabe quando vai chegar no Departamento de Narcotráfico. Pode agilizar o trabalho de combate ao narcotráfico”, comentou Marcelo.
O secretário estadual de Segurança, Bosco Saraiva (PSDB), diz que o número 190 já é popularizado e atende ao objetivo proposto pela nova lei. No entanto, o titular da SSP-AM afirma que uma linha com o apelo para se denunciar crimes de narcotráfico pode ajudar.
“Um novo número serve de atrativo sim para a pessoa fazer a denúncia exclusiva sobre o narcotráfico. No geral, não tenho nada contra. Esse tema preocupa todo mundo. A popularização do tema é positiva”, declarou o secretário.
Bosco admitiu que o sistema de informações por meio do 190 precisa ser melhorado. Segundo ele, nem sempre a denúncia recebida pelo atendente no centro de operações chega até a viatura.
De acordo com o secretário, o clico de informações não se fecha porque as tecnologias de informação utilizadas em cada etapa do percurso pelo qual a denúncia que chega ao 190 deve passar atuam de forma desitegrada.
“Estou resolvendo agora. Chamei a Prodam (Processamento de Dados do Amazonas) para fazer a integração dos sistemas. Porque na viatura tem um sistema de rádio isolado, as câmeras, boa parte delas são analógicas, outra parte é digital. Então a gente entra em um emaranhado das tecnologias de informação. Vamos fazer a coisa simplificada”, disse Bosco.
“Não é que o funcionário não atende. O funcionário atende, só que a ocorrência acaba sem solução porque no meio a informação se perde, ou chega depois. É preciso fechar o ciclo de informações”, completa o secretário de Segurança.