Duas notícias bárbaras abalaram a cidade de Manaus esta semana: o assassinato do soldado da Polícia Militar, Paulo Sérgio Portilho, e o incêndio na ocupação chamada Buritizal Verde, no conjunto Nova Cidade.
O soldado Paulo Sérgio estava desaparecido há alguns dias. O corpo foi encontrado após denúncias de moradores, exatamente nesta ocupação onde ocorreu o incêndio. A morte está sendo investigada pela Polícia Civil.
Há muita revolta, e com razão, pois além de uma vida que se perde, tem o fato de se tratar de um agente público da segurança que foi atacado e morto, não se sabe por quem e por qual razão. Alguns imaginam que tenha sido por traficantes de drogas. A lei do silêncio impera entre moradores de bairros onde acontecem crimes e o tráfico de drogas atua.
Os amigos e familiares pedem justiça. E merecem toda a solidariedade.
Os moradores da ocupação perderam tudo no incêndio, que começou exatamente após o corpo do soldado Paulo Sérgio ser encontrado pela polícia. Alguns moradores, segundo reportagens de jornais, acusam policiais de terem ateado fogo nas casas e terem pressionados moradores e jornalistas para saírem no local, antes do incêndio.
O incêndio foi de grandes proporções e moradores perderam todos seus bens; móveis, eletrodomésticos, roupas etc.
O secretário de segurança do Amazonas diz, por meio de sua assessoria, que “Um atentado contra a vida de um policial fere o estado democrático de direito e não será tolerado”. E é verdade. Precisa ser apurado e os culpados encontrados e punidos. Conforme o estado democrático de direito.
Da mesma forma, precisa ser apurado o incêndio, tudo indica que é criminoso, penalizando centenas de famílias.
Precisa ser feito justiça. Não justiça com as próprias mãos. Justiça pública, com ações que possam coibir os crimes. A impunidade favorece a injustiça, pois facilita a continuidade de crimes.
A violência está crescente. Todos os dias relatos sobre assaltos, crimes e agressões são noticiados. Escolas, entidades, igrejas, terminais de ônibus são roubados ou furtados todos os dias e poucas soluções são tomadas para resolver esse problema.
O contingente policial não cresce e as ações de prevenção também não são realizadas. Parece que o combate ao crime organizado não surge efeito.
O mesmo acontece com as políticas habitacionais. Nem a Prefeitura e nem o Governo do Estado estão dando atenção à realidade de milhares de famílias que não tem onde morar. Está na hora de uma política de construção de casas séria e que se evite as ocupações irregulares, principalmente em áreas verdes, como foi o caso do Buritizal Verde. Que de verde não tem mais nada.
Queremos justiça, para o soldado Paulo e para os moradores sem casa. E para todo o povo do Estado do Amazonas. Mas não a justiça com as próprias mãos, pois aí será a perda do poder do Estado, que tem a obrigação de garantir a segurança de todo cidadão
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