Por Lúcio Pinheiro, da Redação
MANAUS – A defesa do ex-secretário de saúde do Amazonas Wilson Alecrim conseguiu uma decisão da Justiça Federal em Brasília que manda o ex-secretário deixar o presídio em Manaus e cumprir prisão domiciliar.
A decisão saiu na tarde desta quinta-feira, 11. Comunicado, o juiz federal Luiz Felipe, que responde pela 4ª Vara da Justiça Federal em Manaus, assinou um mandado de prisão domiciliar para Alecrim.
No entendimento do magistrado, é a PF (Polícia Federal) que deve cumprir o novo mandado de prisão, agora domiciliar. O ex-secretário está preso desde o dia 31 de dezembro de 2017 no CDPM2 (Centro de Detenção Provisória Masculino 2).
A defesa de Alecrim fez contato com a PF, no final da tarde, e obteve informação de que, por causa do horário em que saiu a decisão, não seria mais possível transferir o ex-secretário do presídio para casa nesta quinta, 11. Segundo o advogado Rodolfo Santana, o cliente deve deixar o CDPM2 nas primeiras horas de sexta-feira, 12.
“Não será mais possível transferi-lo hoje (quinta-feira, 11). Porque existe um procedimento no presídio denominado tranca, que a partir das 17h30 não entra e nem sai mais ninguém”, explicou o advogado ao ATUAL.
Cirurgia
No pedido deferido em Brasília, a defesa do ex-secretário sustenta que o cliente precisa fazer um procedimento cirúrgico em São Paulo. Alecrim tem câncer de próstata, diagnosticado na véspera da primeira prisão dele na operação Custo Político, no dia 13 de dezembro de 2017.
Segundo o advogado Rodolfo Santana, a cirurgia indicada para Alecrim é por meio do uso de robôs, procedimento que não é realizado no Amazonas.
“Ele foi diagnóstico com câncer de próstata, e já havia uma programação da cirurgia ser de robótica. E essa cirurgia não é feita em Manaus. O médico dele é de São Paulo. Ele é tratado com esse médico há mais de 12 anos. Então nós precisamos da domiciliar para que ele se trate, e a autorização para que ele possa fazer o tratamento em São Paulo”, afirmou Rodolfo.
De acordo com o advogado, a previsão é que Alecrim seja operado em São Paulo no dia 23 de janeiro. “Havia um pré-agendamento para o dia 10 de janeiro que não foi possível. Aí o médico de São Paulo marcou uma nova data para o dia 23 de janeiro”, disse Rodolfo.
Alecrim é acusado pelo MPF (Ministério Público Federal) de receber propina em esquema de corrupção que desviou pelo menos R$ 110 milhões de recursos da saúde do Amazonas, numa investigação que resultou na Operação Maus Caminhos.
Além de Alecrim, outros três ex-secretários também estão preso pela mesma acusação: Afonso Lobo (Sefaz), Evandro Melo (Administração) e Pedro Elias (Saúde).
Também são acusado de participação na organização criminosa e cumprem prisão preventiva o ex-governador José Melo (Pros) e a ex-primeira dama Edilene Gomes de Oliveira.
Veja no vídeo o que disse o advogado sobre a necessidade do cliente fazer tratamento de saúde fora de Manaus: