Da Redação
MANAUS – A presidente do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), desembargadora Eleonora Saunier Gonçalves, pediu a intervenção dos ministérios públicos Federal (MPF) e do Trabalho (MPT-AM) para dar uma solução imediata à greve dos rodoviários, em Manaus, que paralisa o transporte público há sete dias, com graves consequências à ordem pública e econômica da cidade. “A preocupação de todas as instituições é o restabelecimento da ordem e a preocupação do TRT vai além, inclusive, do que pode nos processos”, disse a presidente ao prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto, durante visita na manhã desta segunda-feira, 4.
O encontro ocorreu em uma manhã tumultuada, com depredações de ônibus e um terminal de integração na zona leste da capital. “A presidente é muito sensata, muito firme em suas convicções e nós todos partilhamos desse desejo de ver Manaus pacificada e em ritmo de normalidade, com respeito ao direito de ir e vir das pessoas. Essa situação está passando de todo e qualquer limite”, afirmou Arthur.
Além de aumentar o valor da multa prevista de R$ 30 mil para R$ 200 mil por hora de paralisação ao Sindicato dos Trabalhadores de Transporte Rodoviário de Manaus (STTRM), a magistrada também multou a entidade sindical em R$ 90 mil pelo descumprimento inicial da decisão liminar, determinando, ainda, a execução provisória, com bloqueio da quantia nas contas do sindicato.
Ainda segundo a presidente do TRT, a greve é ilegal e abusiva e todos os esforços estão sendo feitos pelas instituições no sentido de pôr fim aos desacatos. “No correr deste dia (segunda) estaremos em contanto com os dois ministérios públicos para encontrar uma solução que seja viável, que seja jurídica e que seja competente para o encaminhamento dessa paz”, afirmou a desembargadora. “A intervenção dos dois ministérios públicos é muito importante, porque a intervenção do TRT também tem limites”, finalizou Eleonora.
O MPF informou que recebeu o documento na tarde de sexta-feira, 1º, com pedido de providências contra o Sindicato dos Rodoviários de Manaus. Ainda na sexta-feira, o órgão instaurou procedimento de apuração e requereu à Polícia Federal a instauração de inquérito policial para apurar eventuais responsabilidades criminais por descumprimento de decisão judicial.