Da Redação
MANAUS – A juíza Ana Paula Serizawa, da 4ª Vara Federal do Tribunal Regional da 1ª Região, prorrogou por mais cinco dias a prisão temporária de cinco ex-secretários do Governo do Amazonas presos na operação ‘Custo Político’. O pedido de prorrogação foi feito pelo delegado da PF Alexandre Teixeira, coordenador da operação e chefe da Delegacia de Repreensão a Corrupção e Crimes Financeiros, e recebeu manifestação favorável do MPF (Ministério Público Federal).
Estão presos os ex-secretários Raul Zaidan (Casa Civil), Wilson Alecrim (Saúde), Pedro Elias (Saúde), Evandro Melo (Administração) e Afonso Lobo (Fazenda). O médico Mouhamad Moustafa, considerado pelo MPF como o líder da quadrilha que fraudava contratos de serviços de saúde, foi novamente preso. Ainda continuam detidas Priscila Marcolino Coutinho, José Duarte dos Santos Filhos e Keytiane Evangelista de Almeida.
Ao fazer o pedido de prorrogação do prazo de prisão temporária, Alexandre Teixeira argumentou que a investigação reúne elementos que denotam que o plano contava com a atuação de agentes públicos desde a qualificação do INC (Instituto Novos Caminhos), como organização social, até a liberação de pagamentos com precedência sobre os demais fornecedores por meio de pagamentos de vantagens indevidas.
“A organização criminosa contava com a participação de servidores públicos estaduais e secretarias importantes dentro da gestão estadual, sendo elas a Susam (Secretaria Estadual de Saúde), Sefaz (Secretaria de Fazenda), Casa Civil e Secretaria de Administração”, disse.
Conforme o delegado, as investigações revelaram que a participação de Raul Zaidan aconteceu desde o início da atuação do INC no Estado. Segundo o delegado, ele não apenas viabilizou o contrato entre a empresa e o Estado como também agia para que o esquema se mantivesse livre de qualquer empecilhos.
De acordo com Alexandre Teixeira, até mesmo o gabinete de crise criado pelo ex-governador José Melo para evitar uma iminente desassistência à população com a imposição de medidas de prevenção, controle e contenção de riscos de danos e de agravos à saúde pública era integrada pelo ex-chefe da Casa Civil, juntamente com o ex-secretário de saúde, Pedro Elias, Afonso Lobo e Evandro Melo.
“Mesmo afastado da administração pública estadual, ele (Zaidan) estaria operando para obstruir a persecução dos crimes praticados pela organização criminosa a princípio, chefiada por Mouhamad Mustafa, por meio de artifícios de se excluir a existência de verbas públicas federais no âmbito dos recursos administrativos do INC”, diz o delegado. Fatores esses que foram apontados pelo delegado da PF como evidências para prorrogação da prisão temporária.