MANAUS – O governador José Melo (Pros) apresentou nesta terça-feira, 11, a proposta de realizar no final do mês de outubro o Festival da Canção de Itacoatiara (Fecani). Ele disse que “o Fecani tem condições de acontecer” e propôs parceria com a Associação dos Itacoatiarenses Residentes em Manaus (Airma), responsável pela realização do evento, ou a liberação da entidade para que o governo assuma a organização do festival este ano.
Na semana passada, a Airma anunciou o cancelamento da festa neste ano, por falta de patrocínio. A medida foi encarada como forma de pressão ao governo, que já havia comunicado à entidade que não haveria dinheiro público, mas que estava buscando parceria com a iniciativa privada para financiar o Fecani.
“O festival pode sim ser realizado. Se a associação não tem condições de fazer, o governo quer assumir. Lanço o desafio. Se a Airma me permitir, eu faço o festival no final de outubro. Mas não queremos fazer só, queremos desenvolver o festival em parceria com eles”, disse o governador.
Iniciativa privada
De acordo com a Secretaria de Estado de Comunicação (Secom), o Governo do Amazonas já assegurou, em parceria com a iniciativa privada, R$ 500 mil para o evento e negocia novos patrocínios empresariais. Durante entrevista coletiva na sede do governo, José Melo anunciou que o apoio do governo estadual a eventos regionais como o Fecani e o Festival da Ciranda de Manacapuru, a partir de agora, será feito com recursos captados junto à iniciativa privada.
Ao lado do secretário de Cultura, Robério Braga, o governador esclareceu as medidas adotadas pelo governo para garantir a realização dos eventos do calendário cultural, mesmo diante da crise econômica.
Dentro da nova política de patrocínio, o Festival das Cirandas vai receber um montante de R$ 1,8 milhão para a edição deste ano. Com o Fecani, além do patrocínio já obtido, o governador mantém conversas com empresários para liberação de mais meio milhão de reais.
Reflexo da crise econômica e da queda da arrecadação de impostos estaduais, a mudança na política de apoio pelo governo amazonense teve sua primeira experiência com o Festival Folclórico de Parintins. Na edição deste ano, além do apoio do governo estadual, os bois Caprichoso e Garantido contaram com o patrocínio de grupos empresariais. Pela primeira vez, as duas agremiações folclóricas foram beneficiadas com recursos da Lei Rouanet, o que ocorreu a partir de uma iniciativa da Secretaria de Estado de Cultura.
“Em Parintins, fomos atrás de recursos da iniciativa privada. Reunimos um pool de empresas e conseguiu fazer. Agora têm problemas com a Ciranda e o Fecani. É lançar mão daquilo que tem. Nosso Governo foi à luta reuniu os empresários e conseguiu essa contribuição. Em uma época de crise, eu não deixaria de fazer o festival”, frisou José Melo, que está cuidando pessoalmente da captação de verbas. Em julho, ele se reuniu em Brasília com a diretoria da Coca-Cola para negociar apoio ao Festival da Ciranda e ao Fecani.
Um dos problemas frequentes enfrentados pelo Governo do Amazonas para apoiar os eventos é a inadimplência das entidades com a prestação de contas da verba recebida. É o caso da Airma e das entidades folclóricas do Festival de Ciranda de Manacapuru, que possuem pendências na prestação de contas de convênios de anos anteriores e não podem receber verbas públicas.
De acordo com José Melo, o quadro é insustentável e é preciso maior organização das entidades para obter o apoio das empresas privadas. “Todas essas organizações têm todo o ano utilizado nossos recursos e na hora das prestações de contas não têm como ser aprovadas. Não dá mais, isso não se sustenta desta forma”, declarou o governador.
(Com informações da Secom)