Do Estadão Conteúdo
SÃO PAULO – O Santos tinha uma missão quase impossível na noite desta terça-feira, 28: reverter a enorme vantagem do Independiente conquistada em um contestado julgamento da Conmebol. Apesar do 0 a 0 no jogo de ida, na Argentina, a entidade sul-americana oficializou a vitória adversária por 3 a 0 porque o time brasileiro escalou Carlos Sánchez de maneira irregular. Novo 0 a 0 nesta terça eliminou a equipe paulista.
Obviamente os santistas protestaram de todas as formas e prometeram ir à Fifa e à Corte Arbitral do Esporte (CAS), mas o time entrou em campo para fazer quatro gols de diferença para avançar às quartas de final da Copa Libertadores. Mesmo os mais otimistas sabiam que era complicado, mesmo em casa, no Pacaembu, aplicar uma goleada em um time bem arrumado.
Nos minutos finais, a torcida santista se revoltou. Atirou bombas no campo, tentou invadir o gramado (alguns conseguiram e foram presos) e promoveu um quebra-quebra no estádio, com grades arrancadas e cadeiras arremessadas no campo. O juiz optou, por questões de segurança, encerrar o duelo aos 35 minutos quando o placar marcava 0 a 0.
Desde antes do apito inicial a tensão estava no ar. O policiamento foi reforçado e de tempos em tempos os torcedores xingavam a Conmebol em um coro que terminava “o meu Santos não precisa de você”. O presidente José Carlos Peres foi hostilizado por uma parte da torcida, quando apareceu no camarote do estádio.
O dirigente, inclusive, disse que não vai deixar quieto a ‘injustiça’ que fizeram ao seu clube. “Quem manda na Conmebol são os argentinos. A decisão não foi técnica, foi política, injusta e lamentável. Não tenho a menor dúvida que o erro foi da Conmebol e, se for possível, vamos paralisar essa competição porque ela está desmoralizada. Nós não seremos prejudicados e vamos lutar em todas as instâncias”, avisou.