Da Redação
MANAUS – Presidente da CMM (Câmara Municipal de Manaus), o vereador Wilker Barreto (PHS) revelou em entrevista ao ATUAL, na tarde desta quarta-feira, 19, que, caso eleito, cumprirá a data-base dos servidores estaduais. Arreto disputa o Governo do Amazonas na eleição suplementar do dia 6 de agosto. Conforme o candidato, bastaria realinhar contratos para obter recursos para aumentar salários.
Conforme o vereador, o interior do Amazonas vive sob ‘terrorismo psicológico’. “Quem ganha eleição? ‘Se eu escolher um lado o outro vai me perseguir’. Os gritos do interior não chegam à capital”, disse, na série de entrevista feita pelo portal com os concorrentes ao governo do Estado. “A lógica da política no interior é se o prefeito não comer do pirão do governador, prova do cinturão”, afirmou Barreto.
Confira os principais trechos da entrevista. A íntegra também está na página do ATUAL no Facebook.
Falta de debate
“A eleição é uma responsabilidade que recai a todos que moram no Estado do Amazonas. Eu fiz um apelo para que todos os veículos possam realizar debates. As entrevistas é salutar, mas o debate é dinâmico e eu só fã do debate que permita confrontar ideais.”
Urgência
“O que é prioridade, o que é um pilar? Segurança, saúde, emprego e educação. A minha proposta é nos primeiros 75 dias fazer um grande realinhamento da máquina estadual. Como posso falar em investimentos para resolver problemáticas visíveis como segurança e saúde se eu não consigo encontrar onde está o dinheiro. Eu entendo que os primeiros 75 dias que vai findar o exercício de 2017 é fundamental para eu ver como está o grau de endividamento do Estado, quanto me resta ainda do orçamento de 2017 para gastar. Estamos em julho e já temos R 8 bilhões empenhados de 2017 2018.”
Revisão de contratos
“Quando eu falo em realinhamento de contratos de cooperativas médicas, eu estou preocupado com o cooperado que está lá, o profissional de saúde, ganha um salário miserável e temos milhões de contratos. Se o serviço está sendo executado, ótimo. Mas eu preciso ter a certeza que os contratos estão sendo executados e que o preço é justo. Esse contrato com a Umanizzare é vergonhoso. R$ 425 milhões por ano para dez mil presos é uma afronta em um Estado no qual cai a receita dia após dia. Minha grande proposta para 14 meses de governo é botar para funcionar o que tem.”
Capacidade de investimento
“Quero trazer para dentro do governo uma lógica: na hora de comprar, peço desconto. Por que o Estado do Amazonas, que tem o maior orçamento, quando vai comprar compra mais caro? Só tem uma resposta para isso: corrupção. O Estado precisa deixar de ser caloteiro. Sabe o que os fornecedores falam: ‘eu já boto os preços lá em cima porque não recebo em dia’. Em 2015, quando assumi a Câmara (presidência), primeiro ato que fiz: cortei hora extra. Chamei todos os fornecedores para realinhar preços. Eu pago em dia, mas quero o menor preço. Hoje eu tenho uma Câmara enxuta. Eu quero botar uma lógica da economia: podem fornecer para o Estado. Eu quero o menor preço, mas pago em dia. A problemática hoje do Amazonas é gestão. Como é que já estamos com R$ 8 bilhões empenhados do orçamento de R$ 24,9 bilhões e ainda faltam medicamentos nos hospitais. Se nós não tivermos capacidade gerencial, estaremos caminhando para virar um Rio de Janeiro.”
Cortes de gastos
“Hoje, nós gastamos uma fortuna para manter a Arena da Amazônia. E qualquer jogo aqui de fora, se a população não gastar R$ 150 não assiste o jogo. Se eu pudesse vender aquilo ali e voltar o dinheiro para o contribuinte seria um grande ganho para a sociedade. Eu não sou contra investimentos como o da Ponte Rio Negro, eu só não consigo encontrar esse engenheiro que conseguiu errar 200% do preço. O que tem que ter o gestor moderno é a capacidade de se reinventar. A Amazonas Energia deve R$ 300 milhões para o governo do Estado do Amazonas. Faz permuta. O que não pode é massacrar o pequeno.”
Servidores
“Estamos com data-base de categorias importantes e com um contrato eu cumpro a data-base. Não me entra na cabeça que eu tenho que gastar quase meio bilhão de reais com o sistema prisional. Vamos dizer que eu gaste R$ 100 milhões, me sobra R$ 325 milhões por ano. Sabe quanto foi o reajuste dos PMs por ano, não deu R$ 50 milhões.”
Terceirização
“Eu não sou contra o serviço terceirizado. Se o serviço for prestado com qualidade é uma válvula rápida de se resolver uma problemática. O que ocorre é que estamos pagando milhões e eu pergunto: o serviço está sendo prestado a contendo? É essa a minha grande dúvida.”
Segurança pública
“Nós temos que investir em estrutura. Hoje o policial militar está trabalhando com colete balístico vencido. Bala recondicionada, o bandido está de fuzil e o policial de pistola, controle no uso de combustível e o principal: falta de investimento em inteligência. Não adianta ter o bom policial se não der para ele uma boa estrutura de trabalho. O que tira a vida hoje no Estado do Amazonas é segurança e saúde. Está morrendo gente assaltada por causa de um celular e se está perdendo vidas no interior do Estado por falta de saúde. Infelizmente, hoje o crime está mais organizado que o Estado.”
Rejeição à Rebecca Garcia
“A candidata Rebecca já tem uma trajetória de alianças muita atrelada a políticos clássicos. O novo não pode ter suas amarradas intrinsecamente laçadas a grupos que estão aí há muito tempo. Não pode ser o Amazonas tem jeito do jeito deles. Eu não acredito na esquerda. Eu sou centro-direita. Ada nos extremos é bom.”