Alvo de sucessivos escândalos nas últimas duas semanas, o município de Iranduba, a 24 quilômetros de Manaus, passou por inspeção extraordinária realizada pelo TCE (Tribunal de Contas do Estado), há dez meses, conforme consta no portal da Transparência do Governo do Estado. Mas o que chama a atenção é um funcionário do Tribunal que recebeu a bagatela de R$ 12,3 mil em diárias para acompanhar a comissão responsável pelos trabalhos, o equivalente a 14 diárias. O valor médio de cada diária ficou em R$ 886, mais que o salário mínimo em vigor no Brasil, que hoje é de R$ 788. Esse tipo de inspeção serve exatamente para apontar possíveis irregularidades em contratos executados pelas prefeituras municipais, uma vez que, a cada ano, elas prestam contas ao TCE. Contudo, vale ressaltar que as operações Cauxi e Dízimo foram deflagradas pelo Ministério Público do Estado do Amazonas e pela Polícia Federal, a partir de investigações das duas instituições, sem qualquer interferência do TCE. Resta saber se a “inspeção” realizada pelo órgãos de controle de contas descobriu algo fora dos padrões e, se descobriu, porque as irregularidades não vieram à tona até o momento.