Por Daisy Melo, da Redação
MANAUS – A média mensal dos empregos no PIM (Polo Industrial de Manaus) é a menor desde 2012. O número caiu de 119.163 para 85.347 postos de trabalho considerando o primeiro trimestre do ano, o equivalente a queda de 28,37% conforme os Indicadores de Econômicos do PIM, divulgados pela Suframa (Superintendência da Zona Franca de Manaus). Além desse cenário, as projeções para melhoria do cenário de emprego nas indústrias de Manaus são pessimistas.
“Não conseguimos dar segurança diante da grande incerteza política no País, no Estado não é diferente, o mundo não está comprando, a crise está acentuada, grave, e a questão política compromete toda a parte econômica e social, instala a insegurança jurídica no nosso Estado, apesar das dificuldades, acreditávamos que em 2017 faríamos menos sacrifícios, mas não está sendo assim”, disse Nelson Azevedo, vice-presidente da Fieam (Federação da Indústria do Estado do Amazonas).
O Distrito Industrial encerrou março deste ano com 84.520 empregos, considerando os empregos efetivos, temporários e terceirizados. O total é 1,07% superior ao registrado em março do ano passado (83.621 trabalhadores), mas 0,92% menor em relação a fevereiro deste ano, quando chegou a 85.308 empregos. O estoque de março de 2017 é o menor desde julho do ano passado, quando o total de postos de trabalho chegou a 83.578.
A média mensal no trimestre de 85.347 empregos do PIM é o pior resultado dos últimos cinco anos, conforme a série histórica divulgada pela Suframa. Em comparação à média acumulada nos três primeiros meses do ano passado (85.660), a queda foi de 0,36%. Em contrapartida, o saldo do trimestre foi positivo (882), considerando as 8.395 contratações e 7.513 demissões efetuadas no período.
Reformas
Diante disso, Azevedo afirma que iniciativa privada é “totalmente favorável” às Reformas Trabalhistas e Previdenciária e à Lei da Terceirização, recentemente sancionada. “Somos favorável porque, da forma que está, não é pra continuar. A terceirização é uma realidade no mundo inteiro, com a regulamentação facilita, desburocratiza”, afirmou.
O vice-presidente da federação afirmou que a lei trabalhista brasileira está defasada. “É da década de 1940, completamente desatualizada, o que vemos fazendo são remendos que são convenientes para um segmento dominante, e isso e injusto, por isso penso que a Reforma Trabalhista não veio para subtrair direitos conquistado, ela é mais igualitária”, afirmou.
Segundo Azevedo, as projeções para os empregos no PIM em curto prazo não são otimistas. “A economia tem processo dinâmico, há muito desemprego, os estoques são altos nas fábricas, revendas e lojas, as demissões continuam, menores mais continuam, o faturamento cresce, mas a produção e o investimento não, já que não há consumo, o que afeta a geração de emprego”, disse.
Além disso, a imagem do País no exterior pesa nesse cenário. “Cada vez mais o Brasil está desacreditado internacionalmente, a dúvida, a incerteza jurídica são muitos fortes”, afirmou. O vice-presidente da Fieam citou a reclassificação da agência de risco Moody da perspectiva do rating Ba2 do Brasil de “estável” para “negativa”. “Com isso você não consegue garantir para o investidor otimismo, a segurança necessária e é isso que precisamos: de novas empresas, mas falta de confiança”, disse.
Terceirizada
Em 2017, apenas a mão de obra terceirizada apresentou alta, enquanto que as efetivas e temporárias tiveram queda. Em março deste ano, o total de mão de obra efetiva apresentou queda de -0,89% e a temporária de -16,03% em relação imediatamente o mês anterior. Os empregos efetivos no PIM chegaram a 78.588 em março, enquanto que os temporários alcançaram o número de 1.310.
Nesse período, apenas a mão de obra terceirizada apresentou crescimento. As empresas do PIM encerram março com 4.622 terceirizados, uma alta de 3,84% em comparação a fevereiro de 2017. No segundo mês do ano, esse tipo de mão de obra também teve alta, 3,18% em relação a janeiro.