Por Cinthia Guimarães, especial para o AMAZONAS ATUAL
MANAUS – O Amazonas teve pior desempenho industrial do Brasil no mês de março, com queda de 20,6% em comparação ao mesmo mês de 2014. Há 12 meses o Estado vem acumulando resultados negativos neste tipo de confronto, sendo que neste mês teve a mais intensa queda desde julho de 2012 (-24,3%). Os dados são da pesquisa mensal do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Seis das dez atividades pesquisadas tiveram desempenho negativo. Os setores de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-36,7%) e de bebidas (-41,9%) exerceram as influências negativas mais relevantes sobre o total da indústria, pressionados, sobretudo, pela menor produção de televisores e computadores pessoais portáteis (laptops, notebook, handhelds, tablets e semelhantes); e de preparações em xarope para elaboração de bebidas para fins industriais, respectivamente.
Nos três primeiros meses deste ano, o setor industrial acumulou queda de 17,8%, quarto trimestre seguido de recuo na produção, o maior ritmo de queda desde o último trimestre de 2014 (-11,1%).
Em relação a fevereiro, a produção industrial de março ajustada sazonalmente mostrou expansão de 0,5% frente ao mês imediatamente anterior, após registrar duas taxas negativas seguidas neste tipo de confronto, período em que acumulou perda de 5,1%.
O presidente do Centro da Indústria do Estado do Amazonas (Cieam), Wilson Périco, ressaltou que a queda foi impactante porque se comparou um ano de produção industrial elevada por conta das encomendas do comércio para a Copa do Mundo com um ano de economia em crise, como 2015. “A comparação com o ano passado é ruim, porque compara um ano não muito ruim com um ano ruim como este. Desde o segundo semestre do ano passado estamos em dificuldade. Primeiro foi a incerteza das eleições, depois vieram os resultados das eleições com a recondução do governo, que anunciou reajuste dos custos, de combustíveis, de energia elétrica. Você tem queda da atividade econômica, tem questão de confiança por parte da sociedade e do investidor”.
Nos últimos doze meses, a contar de março de 2014 (-9,5%) o prejuízo ficou acumulado em 10,9%, a queda mais intensa desde outubro de 2009 (-11,1%).
Na avaliação de Périco a situação só vai começar melhorar no último trimestre do ano, mas que não há perspectivas de evolução da produção fabril nos próximos seis meses ou um ano. “Essa queda tende a continuar em junho e julho, o terceiro trimestre é fraco porque não tem nenhuma data comércio que motive. Espero que isso se estabilize no ultimo trimestre por conta das festas de fim de ano. Não é uma tarefa simples, mas já passamos por dificuldades e conseguimos encontramos soluções”, disse.