Por Daisy Melo, da Redação
MANAUS – “Ele ficou muito triste, chorou bastante, foi uma situação muito angustiante para ele”, disse a psicóloga Conceição Rodrigues, mãe do estudante, Thiago Dichtl, de 11 anos, que ficou de fora do Festival Nacional da Criança de Xadrez em caso que envolve a Sejel Secretaria de Estado da Juventude, Esporte e Lazer).
Atual campeão amazonense da categoria, Thiago não conseguiu embarcar para Brasília, onde ocorre a competição de 21 a 23 deste mês, devido à falta de passagem, hospedagem e alimentação prometidas, segunda a mãe do atleta, pela Sejel. O caso ocorreu logo após a ida para o Abu Dhabi World Championship de Jiu-Jítsu, nos Emirados Árabes, de uma comitiva da secretaria que incluiu, conforme denúncia do blog ‘Olhar Olímpico’, do UOL Esporte, a família do secretário Fabrício Lima.
Aluno do 7º ano da Escola Municipal Jarlece Zaranza, no bairro Mutirão, zona leste de Manaus, Thiago treina xadrez desde os 9 anos e em pouco tempo conquistou o segundo lugar no campeonato amazonense, em 2016, e a primeira posição na categoria Sub-12 da edição deste ano. Com rotina intensa, o enxadrista treina diariamente das 8h às 11h, vai à escola no período da tarde e estuda em casa das 19h às 21h. O menino acompanhou de perto o empenho da família e dos professores para tentar embarcá-lo. “Ficamos tentando em cima da hora até que aconteceu uma coisa inusitada. A supervisora de plantão da Gol (Linhas Aéreas) nos disse que era só reserva, a Sejel não havia pago a passagem (…) o Thiago ficou muito triste, chorou bastante, e a cada momento que ele via a possiblidade se reanima, mas aí vinha o ‘não’ e de novo a tristeza”, disse Conceição Rodrigues.
Antes de saber que a passagem nem estava comprada, a família do atleta, para tentar a liberação do acompanhante legal do estudante, realizou uma peregrinação que incluíram não apenas o contato com a Gol, mas também com a Anac (Agência Nacional de Aviação), Polícia Federal e a juíza plantonista do Fórum Henoch Reis. Conceição Rodrigues explicou que isso ocorreu porque o professor que iria acompanhar Thiago teve que ir antes para Brasília, já que o enxadrista não havia conseguido a passagem.
Em nota, a Sejel informou que “realizou as compras das passagens para embarque do atleta à Brasília, onde o mesmo iria disputar o Festival Nacional da Criança de Xadrez. Entretanto, no início da noite, a responsável pela criança solicitou o cancelamento dos bilhetes, uma vez que a família não iria conseguir a autorização no Juizado de Menores”. A secretaria afirma, ainda, que possui provas em relação ao pedido de cancelamento. Por meio do aplicativo WhatsApp, a assessoria de imprensa da Sejel enviou à reportagem a imagem de uma conversa, que afirma ser direcionada ao Fabrício Lima, solicitando o cancelamento de duas passagens por falta de autorização.
Já a mãe do atleta diz acreditar que o motivo da falta de custeio da viagem de Thiago para a competição foi a desorganização por parte da secretaria. “Acho que foi falta de organização por falta da Sejel, se o campeonato está certo, a passagem tem que estar garantida, tinham que se organizar, conversei com a Thainá (da Sejel) e ela disse que tinha tentado de tudo, mas estava em cima da hora, que ela só tinha tido ciência dessa situação no dia 20”, contou. A psicóloga classificou a situação como lamentável. “Sinto pelo meu filho, sei o que ele se dedicou, foi uma situação muito angustiante para ele, se dedicar, se esforçar ao máximo e, pelo mínimo detalhe, não conseguir”, afirmou.
O blog ‘Olhar Olímpico’ disse ter recebido a informação de que Fabrício Lima teria tentado incluir a mulher dele, Carolina, na viagem para os Emirados Árabes. O secretário confirmou que ela e as duas filhas dele haviam ido para Abu Dhabi, mas justificou que as passagens no valor de quase R$ 4 mil seriam custeadas por ele. Mas, no orçamento apresentado para o Ministério do Esporte – que aprovou o convênio de R$ 1,5 milhão – cotava o trecho São Paulo/Abu Dhabi/São Paulo em mais de R$ 9 mil. “Queria só que meu filho tivesse participado, o que foi feito está errado, pegar do que é destinado ao esporte para usufruir com coisas pessoais”, disse Conceição.
Esse Fabrício Lima tem que ser PRESO cara de pau nunca víu uma bola na vitrine e é secretário cabide de emprego do governo ZÉ MERENDA