É para promover o bem estar dos cidadãos com serviços públicos de qualidade que os estados arrecadam impostos. É por meio deles, que o mundo tem desenvolvido mecanismos responsáveis por aumentar a expectativa de vida dos seus habitantes.
Para medir a eficiência na aplicação dos impostos, a OCDE (Organização para a Cooperação do Desenvolvimento Econômico) da qual fazem parte as nações mais desenvolvidos do planeta, criou o IDH (Índice do Desenvolvimento Humano). Esse indicador se vale da qualidade da educação, da saúde, da renda média e da expectativa de vida, para atribuir pontos e determinar um ranking mundial.
É com essa compreensão que os países desenvolvidos cuidam de aplicar bem o que arrecadam. Concentram-se em oferecer o melhor possível em infraestrutura, educação, segurança e nos sistemas de saúde e transporte.
Para seguir nessa trajetória afastaram-se das atividades empresarias competitivas, portanto, de risco, entendendo não ser prudente assumir riscos com o dinheiro do contribuinte, papel que entregam à iniciativa privada e cuidam apenas de manter o ambiente dos negócios saudável, de modo a assegurar o desenvolvimento.
Enquanto isso, desde a primeira metade do século XX, o Brasil foi contaminado pelo vírus do marxismo, ideologia ilusionista, que nunca deu certo em lugar algum do mundo. Mesmo assim, esse vírus permanece vivo nos sindicatos, nas universidades e salas de aulas do ensino público, (cooptando jovens e até crianças), onde são forjadas estratégias políticas para alimentar os chamados partidos de “esquerda”, poderosas máquinas recicladoras do atraso, a influenciarem negativamente o País na conquista de espaços para avançar no processo civilizatório da humanidade.
Nos anos 1990, o Plano Real acendeu a luz do progresso. Afastou a inflação sem freios, que sacrificava a Nação como um todo e os mais pobres em particular; promoveu reformas importantes na estrutura do Estado; fez privatizações, possíveis para a época, e deu início às políticas de distribuição de rendas. Se mais coragem houvesse naquele momento, a Petrobras teria sido privatizada nos privando da ação da vergonhosa quadrilha que lá se instalou.
Diferente do que pensam os partidos de esquerda, o Estado não pode tudo. Com esse entendimento o Plano Real, (contra a vontade do PT), fez aprovar a “Lei de Responsabilidade Fiscal”, acabando com os gastos irresponsáveis dos governos nas três esferas da Federação, reequilibrando as contas públicas. (Lei agora desrespeitada, absurdamente, pela atual presidente, ainda sem punição, principal fator da encalacrada político-econômica onde o País foi enfiado).
Pois bem, as ações do plano real permitiram o saneamento financeiro, primeiro passo em direção à credibilidade, elemento primordial às expectativas dos investimentos, motor do desenvolvimento. Revestidas as expectativas, o desenvolvimento começou a acontecer, tanto pelo reforço dos investimentos externos, como pelo crescimento chinês puxando os preços das nossas “commodities” e favorecendo a balança comercial brasileira, com generosos “superávits”, a partir de 2003.
Mas veio o “Lulopetismo”. E por absoluta má fé, o “Brama”, amante de Narciso, e como todo bom populista, apropriou-se das circunstâncias para endeusar-se. Por meio de propaganda intensa, iniciou o processo de desconstrução dos que tinham colocado o Brasil nos trilhos, convencendo a Nação, sem a menor cerimônia, de ser ele o patrocinador do milagre. Daí em diante, ocupado em olhar-se nos espelhos das pesquisas, e “ingênuo”, como é, “não viu” o País ser assaltado à exaustão, em ardilosos esquemas construídos sob suas barbas.
Não foi necessário esperar muito. Cedo ficou claro que o foco era manter-se no poder a qualquer custo, tendo como receita o modelo de Gramsci (teórico do comunismo dos anos 1930), consistindo em: aparelhamento do Estado; propaganda intensa para fortalecimento do partido e dos seus líderes junto à população; busca da hegemonia cultural; Cooptação do Congresso Nacional, via recursos do “Mensalão”. Tudo dentro da receita do “Foro de São Paulo”, mantenedor da utopia de submeter a América Latina, ao julgo do regime bolivariano.
O marketing competente, (não se pode negar), foi ferramenta importante na consolidação de uma imagem favorável do governo, onde, nem mesmo a descoberta do “Mensalão” foi capaz de produzir queda acentuada de popularidade, reforçando na esfera governamental a crença na impunidade, o que determinou a aceleração do “Petrolão”, continuidade do “Mensalão” desmanchado. Os recursos vindos dessa extraordinária fonte, ultrapassaram as demandas ideológicas do partido e foram cumprir a promessa de tirar o País da pobreza, começando, evidentemente, pelos caciques petistas. É bom dizer, que a montanha de dinheiro descoberta até agora, não conta com outros esquemas, inclusive nos estados e municípios, ainda não alcançados pela “Lava Jato”, certamente de proporções inimagináveis.
Foi com esse DNA, enriquecido pela incompetência, que o “Lulopetismo” não deu continuidade às reformas e não facilitou as condições para inserir o Brasil no mundo da ciência e tecnologia em busca da competitividade industrial. Em vez disso optou pelo protecionismo, que reverencia quem concede e leva ao comodismo quem o recebe, eficiente receita de consolidação do atraso.
O planejamento como ferramenta de gestão que permite uma visão de futuro, nunca existiu e a estratégia dos acordos comerciais com os grandes mercados, por puro viés ideológico, foi abandonada em favor de economias sem expressão alguma, empurrada pelo desejo megalômano de dominação do “grande líder”.
As decisões gerenciais sempre consultaram os interesses políticos para manter-se no poder, sem levar em conta as prioridades da Nação, deixando às claras a lição de como desmantelar um país em três atos.
Iriam além, mas felizmente o trabalho de abnegados juízes, promotores e membros da Polícia Federal arrombou a porta do teatro, e quando as cortinas se abriram para o quarto ato, a maioria da plateia descobriu que tinha comprado ingresso para a peça errada. Tarde demais. O engano era irremediável. O País já estava mais empobrecido, altamente endividado e se tinha consolidado o desastre político-econômico que promoveu um retrocesso sem precedentes na história econômica da Nação Brasileira.
De quem foi a culpa? Certamente da oposição; das elites, (“não querem o bem do povo”), e da crise internacional, dizem eles. Frases feitas que, faz tempo, são repetidas à exaustão, tudo dentro do “script” caduco recomendado por Gramsci. Ora! Durante todos os mandatos os governos petistas tiveram maioria absoluta, oposição diminuta, sem contar que nas veias das elites acadêmicas, universitária e em grande parte da jornalística, por convicção ou por remuneração, corre sangue petista. Quanto a crise internacional, (uma marolinha), depois de 2008, o mundo voltou a crescer atingindo no ano passado a média de 3,5%, exatamente o mesmo percentual da “marcha à ré” brasileira.
Insistir, pois, nesse discurso de que “a culpa é dos outros”, é continuar acreditando na eficácia da fórmula de iludir e enganar confiando na cegueira e ignorância do nosso povo, como sempre fizeram nos últimos 13 anos. Encantados com o poder, não percebem que essa estratégia esgotou-se.
Todos esses equívocos têm levado o Brasil a não avançar no ranking do IDH. Em 2014 ficou na posição 75 entre os 188 países estudados, uma posição abaixo da de 2013 e certamente, pelo desempenho da economia em 2015, cairá mais ainda. Essa posição de 2014, fica bem distante da sétima economia, que somos, e não condiz com o tamanho exorbitante da nossa carga tributária. Esse conjunto, certamente nos remete ao primeiro lugar no pódio da incompetência, mesmo lugar que o País já ocupa no ranking da corrupção. Uma vergonha!
Resumo dessa sinistra ópera: se impostos bem aplicados prolongam a vida, desvios e má aplicação deles, travam o aumento da expectativa dela. Imposto, portanto, para o bem ou para o mal, é vida.
No Brasil tem sido para o mal. Mal que o governo quer aumentar. Aumentar impostos diante dos desastres da incompetência e da corrupção é como já disse alguém (com desculpas por não lembrar a autoria): “O efeito é igual ao de aumentar-se a mesada do filho drogado”. São pedaços da vida que se vão.
Lutar contra o câncer da corrupção e o da incompetência é como lutar contra as drogas. É defender a própria vida.
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