Apesar da propaganda partidária do PPS massificar a imagem de Hissa Abrahão na TV, dando indicação de que ele seria candidato ao Governo do Amazonas, e de o próprio Hissa ter anunciado sua pré-candidatura há alguns meses, nos últimos dias o vice-prefeito de Manaus passou a rever sua decisão e pode desistir de concorrer nas eleições deste ano a um cargo majoritário. O mais provável é que ele concorra a uma das oito vagas à Câmara dos Deputados, e que o PPS feche aliança com o PMDB, do senador Eduardo Braga.
Nos últimos dias, Hissa andou conversando com Braga, mas também foi procurado pelo prefeito Arthur Virgílio Neto (PSDB). Braga tenta convencer Hissa de desistir da candidatura ao governo, enquanto Arthur tenta o contrário: convencê-lo a entrar na disputa. Para Braga, a saída de Hissa representa o aumento da vantagem sobre o governador José Melo e a possibilidade de liquidar a disputa no primeiro turno; para Arthur, Hissa pode levar a disputa ao segundo turno, contribuindo com o candidato dele, o governador José Melo.
Parece irônico que Arthur procure Hissa depois do tratamento dispensado ao seu vice-prefeito nos últimos seis meses. Primeiro, em dezembro, Arthur o tirou do comando da Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seminf); depois, retirou do PPS todos os cargos que o partido ocupava na secretaria, deixando a Hissa os minguados cargos da vice-prefeitura; por fim, retirou qualquer possibilidade de Hissa aparecer na comunicação oficial da Prefeitura de Manaus: nenhum release, nenhuma foto. Todos os holofotes para Arthur.
Arthur, como disse no sábado, ao anunciar apoio a Melo, já havia decidido há muito tempo que seu candidato seria governador do Pros e que seu grupo se uniria ao grupo comandado pelo ex-governador Omar Aziz (PSD). Durante esse tempo, tentou apagar Hissa, tirando-lhe qualquer possibilidade de participar da disputa. Conseguiu, porque Hissa chega à reta final das alianças sem qualquer apoio. O problema é que, agora, interessa e muito a Melo que Hissa seja candidato ao governo.