Por Rosiene Carvalho, da Redação
MANAUS – Envolvido em uma cortina de fumaça em que os 11 pré-candidatos à Prefeitura de Manaus tentam se viabilizar e inviabilizar as candidaturas adversárias, o vice-governador Henrique Oliveira (SD) declarou ao AMAZONAS ATUAL que sob nenhuma hipótese desistirá da disputa e que, se tiver o apoio real do governador José Melo (PROS), turbina a campanha e chega ao segundo turno para derrotar o prefeito Arthur Virgílio Neto (PSDB). Henrique negou e chamou de “boatos” as informações que circularam no meio político nos últimos dias de que seu nome não ia passar de balão de ensaio.
“Com o apoio do governador chegamos no segundo turno (…) Se ele me chamar e disser: ‘Vamos que você é meu candidato’, vou para a rua. Eu não sou medroso. Comigo não tem isso de ficar longe do governador. Não nego minha origem, meu grupo. Eu vou para a porrada. Se ele quiser, eu ando é do lado dele. Mas o governador precisa falar isso para mim”, declarou Henrique.
O vice-governador afirmou que até essa quarta-feira Melo não tratou nada do assunto com ele e que mantém respeito pela postura oficial do governador até aqui: a promessa de retribuir o apoio ao prefeito Arthur Neto por causa das Eleições 2014. “Mas o governador não me comunicou nada. E eu sou apenas um soldado torcendo para que isso ocorra”, disse.
O vice-governador classificou como “histórias” as informações que circulam neste período de contagem regressiva para as convenções que definirão quais nomes estarão nas urnas em 2016. “Já disseram que eu ia ser vice do Artur. Deixar de ser vice-governador para ser vice de um cara que não cumpre e nem honra acordo. Disseram que eu vou entrar para tirar voto de outro candidato para ajudar o Artur. Depois disseram que eu não ia porque estava inelegível (…) Isso é tudo história”, declarou.
Questionado se não teria nada que o fizesse desistir da candidatura, Henrique declarou: “Nada, nada, nada. Olha só: eu desisti de uma reeleição certa de deputado federal e com recall maravilhoso da última eleição a prefeito para entrar numa campanha em que o candidato tinha 3% de intenção de votos. Eu não sou covarde. E, agora, o que eu tenho a perder? Eu continuo sendo vice-governador e com possibilidades de outros projetos na frente. Se o governador andar comigo e o eleitor não aprovar, tivemos uma resposta. Não tenho medo”, afirmou Henrique.
Para o pré-candidato, não é tão lógica a sentença de que associar o nome ao governador José Melo gera automática perda de votos. “Minha rejeição não é alta. E, quando a campanha começar, a sombra de todo mundo vai aparecer. Todo mundo tem uma sombra. E nisso eu levo vantagem. A minha é bem pequena. A sombra do governador é pequena. Não e sombra de lava-jato, de corrupção, de receber dinheiro de construtoras. Nossa sombra é de remédios amargos para garantir a administração do Estado”, disse.
Henrique considera que se o governador tivesse um orçamento mais confortável haveria ‘guerra de foice para disputar o apoio dele’. O pré-candidato defende que o governo do qual faz parte não tem a pecha de corrupto e, sim, de impopular pelas medidas de corte para manter a saúde administrativa do Estado. Para ele, a imagem negativa foi potencializada pelo “fogo amigo” do prefeito Arthur Neto. “Não é um governo com imagem de corrupto e nem de incompetente. Tem medidas impopulares, tem esse fogo amigo do Arthur com essa coisa de reordenação da saúde. E nem tem isso de reordenação. Está tudo funcionando. Nada foi fechado”, atacou Henrique.
O cenário atual das conversas de aliança dão ao Solidariedade de Henrique o apoio do PRTB, do PMB e possivelmente do Pros, rejeitado pelo prefeito Artur. Todas siglas com baixa representatividade na Câmara Federal, o que determina o tempo de TV e rádio para campanha. No entanto, Henrique avalia que, com as mudanças no tempo disponível para propaganda gratuita não haverá grandes desigualdades na exposição de candidatos. Considera que a criatividade com que leva as campanhas pode ser um ponto positivo para ele na campanha. “Com a mudança, são dez minutos de manhã e dez minutos à noite. O Arthur deve ser o que vai ter mais, uns dois minutos e meio para contar as histórias e bacabas dele”.