RIO DE JANEIRO – O vencedor do Prêmio Camões foi divulgado nesta quarta, 17, no consulado português do Rio. Instituído por Portugal e Brasil em 1989, o prêmio contempla anualmente um escritor de língua portuguesa com 100 mil euros. A escritora portuguesa Hélia Correia é a vencedora do Prêmio Camões de 2015. O anúncio foi feito esta quarta-feira, pela Secretaria de Estado da Cultura (SEC).Ela vai ganhar um prêmio de 100 mil euros.
Com a escolha, Portugal empata com o Brasil em número de premiados, 11 cada.
Hélia Correia nasceu em Lisboa em 1949. Licenciada em Filologia Românica, foi professora do ensino secundário, dedicando-se atualmente à tradução e à escrita. É poetisa, dramaturga e ficcionista. Estreou na poesia com O Separar das Águas, em 1981, e O Número dos Vivos, em 1982. Mas tem sido na ficção que se tem revelado “um dos nomes mais importantes e originais da sua geração”, escreve o gabinete de Barreto Xavier.
A vencedora foi escolhida por unanimidade pelo júri, que se reuniu esta quarta-feira no Rio de Janeiro, constituído pela portuguesa Rita Marnoto, professora na Universidade de Coimbra, pelo escritor e crítico literário português Pedro Mexia, pelos escritores brasileiros Affonso Romano de Sant’Anna e António Carlos Secchin pelo escritor moçambicano Mia Couto, e a santomense Inocência Mata, professora nas universidades de Lisboa e de Macau.
“Com a sua atribuição, é prestada anualmente uma homenagem a autores cuja obra contribua para a projeção e reconhecimento da literatura de língua portuguesa em todo o mundo”, afirma a secretaria de Estado portuguesa em comunicado.
O primeiro autor premiado, em 1989, foi o escritor português Miguel Torga (1907-1995), autor, entre outras obras, de Os Bichos.
Dos 27 distinguidos, apenas o angolano Luandino Vieira, de 79 anos, autor de Luuanda e atualmente vivendo fora de seu país (mora no Alto Minho, em Portugal), recusou o prêmio, em 2007.
Portugal, com 11 autores, e o Brasil, com 10, lideram a lista de distinções, tendo já sido também lembrados um autor cabo-verdiano, Arménio Vieira, de 74 anos, em 2009; um angolano, Pepetela, de 74 nos, em 1997; e dois moçambicanos: José Craveirinha (1922-2003), em 1991, e Mia Couto, de 60 anos, em 2013.
Entre os portugueses, além de Miguel Torga, contam-se nomes como José Saramago, Eugénio de Andrade, Eduardo Lourenço, Agustina Bessa-Luís e António Lobo Antunes.
O poeta, ensaísta e historiador brasileiro Alberto da Costa e Silva, de 83 anos, foi o vencedor no ano passado. Outros autores nacionais também premiados são Dalton Trevisan, Ferreira Gullar, João Cabral de Melo Neto e Rachel de Queiroz.
(Estadão Conteúdo/ATUAL)