Por Henderson Martins, da Redação
MANAUS – Um grupo de taxistas em Manaus está oferecendo viagem compartilhada com valores entre R$ 5 e R$ 10 conforme a distância percorrida. O serviço é proibido por lei, mas os profissionais alegam que pretendem concorrer com aplicativos de transporte como o Uber e o YetGo.
A alegação é de prejuízo com a concorrência, segundo Marcos Adriano, representante do grupo. “A previsão é que os 4.022 taxistas participem da corrida compartilhada, uma vez que, hoje, pagamos uma diária de carro em torno de R$ 140 e mais um valor em gasolina. Rodando o dia todo, estamos faturando apenas R$ 80. Saímos devendo, em média, R$ 200”, disse Marcos.
Marcos Adriano disse que não é contra os aplicativos, mas que quer uma concorrência leal. Adriano cita a taxa de R$ 100 que paga a empresa de rádio taxi, além de tributos municipais. “As corridas servirão para tirar o prejuízo. Estamos fazendo corrida dentro dos bairros a R$ 5 e em distâncias maiores, como da barreira (bairro Santa Etelvina, zona norte da capital) para o centro, fazemos a R$ 10 com quatro pessoas dentro dos carros. Mas há conforto com ar-condicionado e segurança”, disse.
Os taxistas que aderiram a esse serviço usam adesivo amarelo nas laterais dos carros como identificação.
Ilegal
Em nota, a SMTU (Superintendência Municipal de Transportes Urbanos) informou que ainda não tinha conhecimento da iniciativa, mas vê com preocupação. Conforme a SMTU, há conversas frequentes com os taxistas para buscar alternativas de aprimoramento do serviço e proporcionar competitividade com o Uber. A SMTU cita que, de acordo com o artigo 61, inciso XI da Lei Municipal nº 2088, de 2015, é proibido aos taxistas realizar viagens compartilhadas. Caso este tipo de serviço seja flagrado pela fiscalização, os autores estão sujeitos a apreensão do veículo e pagamento de multas no valor de três UFM’s (valor da UFM é de R$ 74,59).
Desespero
O presidente do Sindact (Sindicato dos Taxista de Manaus), Luiz Augusto, disse que a situação é um desespero por parte dos trabalhadores que estão cada vez mais prejudicados com a questão dos aplicativos em Manaus. Conforme Luiz Augusto, o Uber vem fazendo corridas compartilhadas, por isso a classe resolveu aderir ao modelo como forma de chamar atenção do poder público.
“Eu não sou contra, eles estão procurando um meio para poder trabalhar, mas temos um problema: a corrida compartilhada é proibida, uma vez que não deixa de ser uma lotação. O sindicato não vai interferir nessa situação, se o poder público quiser, que o faça”, disse Augusto.