Do Estadão Conteúdo
PORTO ALEGRE – Após a conquista do tricampeonato da Copa Libertadores, na noite dessa quarta-feira, 29, o Grêmio tem pouco tempo para se preparar para outro título internacional. Com a mudança do calendário sul-americano, que esticou a partir de 2017 a sua principal competição até o final de novembro, o time gaúcho tem menos de duas semanas para a sua estreia no Mundial de Clubes da Fifa, que neste ano será realizado nos Emirados Árabes Unidos.
O Grêmio foi o último dos sete participantes a garantir vaga na competição da Fifa, que será jogada nas cidades de Abu Dabi e Al Ain. O clube tricolor fará a sua estreia já nas semifinais, no dia 12 de dezembro, uma terça-feira, às 15h (de Brasília), no estádio Hazza Bin Zayed, em Al Ain, contra o vencedor das quartas de final entre Pachuca, do México (campeão da Concacaf), e Wydad Casablanca, do Marrocos (África).
No outro lado da chave está o maior favorito ao título. Assim como o Grêmio, o Real Madrid fará a sua estreia já nas semifinais. No dia 13, em Abu Dabi, o ganhador da Liga dos Campeões da Europa enfrentará o vencedor das quartas de final entre Urawa Red Diamonds, do Japão (Ásia), e o vencedor do duelo entre Auckland City, da Nova Zelândia (Oceania), e Al Jazira, time campeão do país-sede.
O Mundial de Clubes da Fifa começará no dia 6 de dezembro com o jogo entre a equipe local e os neozelandeses. As quartas de final serão no dia 9, seguida pelas semifinais nos dias 12 e 13. A grande final e a decisão do terceiro lugar, no estádio Zayed Sports City, em Abu Dabi, acontecerão no dia 16, um sábado.
Antes de viajar para os Emirados Árabes Unidos, o Grêmio encerra a sua participação no Campeonato Brasileiro, ainda na luta pela conquista do segundo lugar contra Palmeiras e Santos, contra o Atlético Mineiro, neste domingo, às 17 horas, no estádio Independência, em Belo Horizonte.
História
A conquista da Copa Libertadores deste ano consolidou definitivamente Renato Gaúcho como maior ídolo da história do Grêmio. Responsável direto pelo título de 2017, o treinador repetiu o que havia feito em 1983, quando, em campo, liderou o time gaúcho a seu primeiro troféu continental.
Revelado pelo próprio Grêmio, Renato Gaúcho foi um dos maiores jogadores da história do clube. Atuou por lá entre 1982 e 1987 e em 1983, foi o grande destaque nas conquistas da Libertadores e do Mundial Interclubes, no qual marcou os dois gols da vitória por 2 a 1 sobre o Hamburgo, da Alemanha, na final em Tóquio, no Japão.
Se como jogador Renato Gaúcho era indiscutível, como técnico vive o seu auge desde o ano passado, em sua terceira passagem no cargo pelo clube. Se entre 2010 e 2011 e depois em 2013 deixou o Grêmio sem deixar muitas saudades, voltou sob muitas dúvidas em 2016 e liderou o time aos títulos da Copa do Brasil e, agora, da Libertadores.
Assim, após mais de 15 anos na profissão, Renato Gaúcho vive o seu melhor momento como treinador no clube de seu coração e que o acolheu como ídolo. E se não bastasse cravar ainda mais seu nome na história do Grêmio, o fez também na Libertadores. Afinal se tornou o primeiro brasileiro a conquistar o torneio como jogador e técnico.
Perguntado sobre o assunto ao fim da decisão desta quarta-feira, Renato Gaúcho pareceu não se preocupar muito com a marca e preferiu exaltar o elenco. “Não tenho palavras neste momento. Meu grupo é muito merecedor, é fantástico”, limitou-se a dizer em entrevista ao SporTV.
E o papel de Renato Gaúcho ficou evidente nesta decisão. Ousado, como de costume, cumpriu a promessa de levar a campo um time ofensivo mesmo depois da vitória na ida, em Porto Alegre, por 1 a 0. Com uma postura inesperada, o Grêmio surpreendeu o Lanús, marcou duas vezes ainda no primeiro tempo e encaminhou a conquista.