Por Lúcio Pinheiro, da Redação
MANAUS – O vice-governador e secretário de Segurança, Bosco Saraiva (Solidariedade), ao comentar nesta quinta-feira, 21, votação na ALE (Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas) em que o governo sofreu derrota, disse que governo que negocia ou cede acaba como os integrantes do ex-governo de José Melo (Pros): presos. “O governo não negocia, o governo não cede. Os governos que cederam deu nisso aí que está dando, que todo mundo está vendo”, afirmou Bosco, em entrevista ao ATUAL.
Na quarta-feira, 20, durante o primeiro dia de votação da Lei Orçamentária Anual, a base não conseguiu impedir que a oposição aprovasse emendas ao orçamento que obrigam o governo a pagar a quarta parcela do escalonamento da Polícia Civil, promoção para a Polícia Militar e auxílio-fardamento.
Após a votação da matéria ficar empatada em 12 a 12, o presidente da ALE, David Almeida, que já havia votado, decidiu desempatar a favor da oposição. Em protesto, a bancada do governo deixou o plenário. Segundo Bosco, uma base com apenas 12 deputados não é pequena, mas admite que para governar, “normalmente”, é preciso de um apoio maior no Legislativo.
“Normalmente é preciso 2/3 (16 deputados) para governar. Mas nós precisamos nos acostumar com as situações reais. O governo não negocia, o governo não cede”, declarou Bosco.
Coisa de Bolsonaro
Bosco disse que a bancada do governo vai recorrer da votação. Para ele, o que o presidente da ALE fez não encontra respaldo no regimento da Casa. “Eu conheço o regimento e a regra nacional. Não tem parlamento onde isso exista. A votação estava 12 a 11. Estava definida. Presidente não vota. Ele votou para empatar e depois, tirou não sei da onde, porque não está no regimento, que ele votou para empatar e votou para desempatar. Isso é coisa de Bolsonaro”, criticou o governador.
Em nota publicada pela assessoria de David Almeida no site da ALE, o parlamentar disse que “usou o bom senso” na votação. “O regimento interno não especifica quem tem o voto de desempate, então eu usei o bom senso. Em todos os colegiados quando há empate, o presidente é quem decide. Assim fiz”, justificou o deputado.
A votação do orçamento para 2018 deveria ter sido concluída nesta quinta, 21, mas alguns deputados da base não compareceram à sessão. Sem parlamentares suficiente, a votação da matéria foi transferida para terça-feira, 26. O recesso de fim de ano no Parlamento só pode iniciar depois da votação da Lei Orçamentária.
Bosco está dirigindo o Estado interinamente. Amazonino Mendes cumpre agenda em Nova York (EUA).
Confira trecho da entrevista: