Da Redação
MANAUS – Considerada um “elefante branco” e com um prejuízo anual de R$ 7,3 milhões, a Arena Amazônia, que custou R$ 757,5 milhões, “sugará” mais dinheiro do bolso do contribuinte: R$ 435 mil é o valor liberado pelo governador José Melo (Pros) por meio de um crédito suplementar para construir um vestiário para as mulheres. O local não foi pensado pelos engenheiros da empresa GMP Arquitetos, do Grupo Stadia, contratada pelo governo para projetar a obra da arena pelo valor de R$ 14,7 milhões.
De acordo com o secretário estadual de Juventude Esporte e Lazer, Fabrício Lima, a nova obra da arena atenderá uma exigência do Comitê Olímpico Internacional (COI). “O recurso será utilizado para ampliar os vestiários da arena, que até então tinha sido pensado somente para os homens por conta da Copa do Mundo de 2014. Mas com os jogos de futebol das olimpíadas que serão sediados na cidade este ano, tanto os jogadores homens como as mulheres utilizarão a estrutura”, explicou Fabrício.
Com um valor de R$ 258 milhões acima do que foi inicialmente orçado pelo Governo em 2010, a Arena da Amazônia foi inaugurada no dia 10 de março de 2014. A obra, orçada em R$ 499,5 milhões, somando aditivo, reajustes, serviços complementares e consultoria técnica totalizaram, R$ 757,5 milhões, gerando um acréscimo de mais de 51%, de acordo com o Sistema de Acompanhamento de Obras do Governo do Estado (Sicop).
A empresa responsável por realizar a obra foi a construtora Andrade Gutierrez, que executou serviços de engenharia civil, cobertura metálica, estruturas elétricas, instalação do sistema de ar condicionado e de segurança e de outros.
Questionado se a falta de vestiário para atletas mulheres não teria sido um erro de engenharia civil, o secretário Fabrício Lima minimizou o caso. “Não acho que tenha sido um erro. Essa obra foi pensada para os jogadores da Copa do Mundo. Era natural que não tivesse adaptação para as mulheres nos vestiários”, disse.
Para Fabrício, a arena não deve ser vista como um “elefante branco” e disse acreditar que a obra “ainda trará muito lucro para o Estado”. “Temos que pensar esse recursos (R$ 435 mil) é um investimento e um gasto, porque os jogos olímpicos trarão turistas para a cidade que devem ajudar a melhorar a arrecadação e consequentemente o orçamento. Ainda acredito que a arena gerará muito lucro para o Estado”, disse o secretário de Esportes.
Novo CT
Além dos R$ 435 mil para a ampliação da arena, o governador José Melo liberou também R$ 966 mil para a Sejel, sendo que R$ 956 mil são destinados para a construção do Centro de Treinamento (CT) Bianca Maia (atleta da ginástica rítmica que conquistou três medalhas de ouro no últimos Jogos Pan-Americanos), localizado perto da Arena Amazônia. “A obra desse cetro de treinamento está em andamento desde o ano passado e esse recurso será utilizado para finalizá-la. Havia necessidade de se ter um centro próximo à arena e obra atende essa necessidade”, explicou Fabrício Lima.