Da Redação
MANAUS – Um dia depois do titular da Sejusc (Secretaria de Estado de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania) Clizares Santana ameaçar deixar a pasta com uma carta de demissão, o governo publicou a exoneração de 47 servidores da secretaria e a nomeação de outros 57 para os mesmos cargos, indicados pelo secretário.
Apadrinhado do deputado federal Silas Câmara (PRB), Clizares assinou uma carta pedindo sua exoneração do cargo no dia 5 deste mês. Na edição do DOE (Diário Oficial do Estado) do dia 6, que circulou na Internet na sexta-feira, 7, o governo publicou a lista com os nomes de confiança do secretário para os cargos comissionados, antecedidos da lista dos exonerados.
Os 57 nomeados representam 30% de todos os cargos comissionados da Sejusc. Pesquisa na folha de pagamento da secretaria do mês de novembro mostra que 68% dos seus servidores são comissionados, ou seja, não fizeram concurso. Dos 289 nomes da folha, apenas 93 são estatutários (concursados).
A Sejusc foi criada em 2015. A função da pasta é coordenar e executar a Política Estadual de Direitos Humanos desenvolvendo programas, projetos e serviços inerentes à garantia dos direitos humanos. Ligado a membros evangélicos, como Silas Câmara, Clizares foi o escolhido para lidar com ações, por exemplo, nas áreas de Diversidade e Gênero, e de política sobre drogas.
Antes de assumir a Sejusc, o secretário ocupava o cargo de gerente-executivo do INSS em Manaus – também por indicação de Silas. Na função, Clizares era um assíduo membro da equipe que acompanha o deputado federal no interior do Amazonas.
O INSS é responsável hoje pelo pagamento do seguro-defeso aos pescadores do Amazonas, bandeira que Silas abraça desde a campanha de 2014. O parlamentar também usa sua influência junto ao INSS.