Por Iram Alfaia, de Brasília
BRASÍLIA – Como parte do plano de desmonte da Infraero, o Governo Michel Temer decidiu entregar à iniciativa privada a operação de importantes campos de aviação no país, entre eles o Aeroporto Internacional Eduardo Gomes, de Manaus.
A decisão, que havia sido tomada numa reunião na última terça, 6, no Palácio do Planalto, entre ministros e o presidente Temer, foi confirmada nesta sexta-feira, 9, pelo o ministro dos Transportes, Portos e Aviação Civil, Maurício Quintella, em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo.
“Não é fácil privatizar 54 aeroportos, principalmente com essa característica sistêmica como tem nos administrados pela Infraero”, disse o ministro.
O aeroporto de Manaus, o terceiro maior em movimentação de cargas do país, atrás apenas de Viracopos, em Campinas (SP), e do Aeroporto Internacional Tom Jobim (Rio de Janeiro), será concedido em bloco junto com outros terminais do Norte: Belém, Maranhão e Amapá.
Além do Santos Dumont e Congonhas, o Eduardo Gomes é considerado na proposta do governo como um aeroporto atrativo.
Pelo plano, serão ofertados seis blocos por regiões nos quais estarão as chamadas “joias da coroa”, ou seja, aeroportos rentáveis. Diferente das concessões anteriores, a que está em andamento não prevê participação da Infraero, que ficou com 49% das ações das primeiras concessões.
Parte dos funcionários da empresa seria contratada pelas concessionárias e os demais transferidos para Nav Brasil, empresa pública que está sendo criada para ser administrada pela Aeronáutica. A nova empresa ficaria responsável pelo controle de voo nos aeroportos.
A ideia é que a privatização e o desmonte da Infraero sejam feitos por Medida Provisória, mas, por conta da crise política, o projeto vem sendo adiado.