MANAUS – Os efeitos da crise econômica levaram a FHemoam (Fundação de Hematologia e Hemoterapia do Amazonas) a recorrer à sociedade civil para a conclusão da obra do Hospital do Sangue, iniciada em junho de 2014 pelo governo estadual, e quase 22 meses depois, teve 27% do projeto físico executado. Nesta quarta-feira, 30, uma campanha de doação de recursos será lançada, às 9h, no canteiro de obras – avenida Pedro Teixeira, Dom Pedro, zona centro-oeste -, para angariar fundos para a conclusão da construção, que deveria ocorrer em junho deste ano, mas teve o prazo prorrogado para dezembro de 2017. O Hospital do Sangue está orçado em R$ 49,7 milhões, dos quais R$ 9,4 milhões já foram empregados.
O valor global inicial do contrato, segundo o Sicop (Sistema Integrado de Controle de Obras Públicas do Governo do Estado), era de R$ 58 milhões, e foi reduzido em R$ 8,2 milhões segundo dados de medição. Já o montante conveniado com o Ministério da Saúde para o empreendimento foi de R$ 37,5 milhões mais R$ 7,6 milhões de contrapartida do Governo do Estado.
Até janeiro deste ano, a obra constava como paralisada no Sicop por conta do período de chuvas. No dia 16 deste mês, uma parcela da verba federal de R$ 876 mil foi liberada para a retomada da obra, totalizando R$ 5,7 milhões transferidos até o momento. Embora a vigência do contrato com a Tecon Tecnologia em Construção Ltda., executora do empreendimento, vá de 2014 a junho de 2016, o convênio firmado com o Ministério da Saúde para a destinação de verba para o novo hospital data de dezembro de 2011 e encerra em dezembro próximo, o que demandará uma prorrogação de prazo.
R$ 12 milhões em aditivos
O diretor-presidente da unidade, Nelson Fraiji, explica que embora os governos estadual e federal tenham se comprometido a investir financeiramente na obra, estima-se que sejam necessários cerca de R$ 12 milhões em aditivos para viabilizar a finalização do empreendimento, dinheiro este que deverá ser disponibilizado através de doação. O valor está sujeito a alterações, segundo o diretor-presidente.
Ele explica que o cenário de crise levou-o a antecipar-se e lançar a campanha, para mostrar que a obra é uma responsabilidade de todos. Um comitê foi formado para garantir a aplicação do valor arrecadado e dar transparência ao processo. Fazem parte dele a presidente do TJAM (Tribunal de Justiça do Estado do Amazonas), Maria das Graças Pessoa Figueiredo, Moisés Israel representando a Fieam (Federação das Indústrias do Estado do Amazonas), Rosa Mendonça de Brito, representando a Academia Amazonense de Letras e o próprio Nelson Fraiji.
“Trata-se de uma obra sofisticada que incluirá 150 leitos, centro cirúrgico e 15 mil metros quadrados de área construída, que contará, ainda, com uma unidade de transplantes de medula e absorverá toda a demanda para o tratamento do câncer pediátrico do Estado. Hoje, funcionamos com 22 leitos e de forma precária, fazendo o atendimento em uma enfermaria”, frisou. De acordo com ele, atualmente a FHemoam atua em três vertentes: hemoterapia, análises clínicas e no tratamento das doenças do sangue.