MANAUS – Nos últimos seis anos, de meados de 2008 até maio de 2015, o governo do Estado destinou R$ 209 milhões para pagamento de projetos e gerenciamento de obras na capital Manaus. O dinheiro é suficiente para bancar o empréstimo do governo federal para a obra do BRT (Bus Rapid Transit), o sistema de transporte coletivo que a Prefeitura de Manaus elegeu, desde que foi anunciada a Copa do Mundo da Fifa para ser construído na cidade. A elaboração de projeto básico e executivo é uma exigência da Lei Geral de Licitações (Lei 8.666/91), mas antes dela, esse trabalho era feito por engenheiros contratados do Estado ou município. Nos últimos anos, os governos têm dado essa tarefa a empresas privadas, mediante contratos milionários.
O sistema de corredores exclusivos para ônibus que ligaria a zona leste ao centro de Manaus foi orçado em R$ 260 milhões, em 2010. Desse valor, R$ 200 milhões viriam de financiamento do governo federal, através de bancos públicos, e R$ 60 milhões seriam bancados com recursos próprios da Prefeitura de Manaus. Obras deveriam ter começado em dezembro de 2011, mas a Controladoria Geral da União detectou problemas no projeto em fevereiro daquele ano. Em junho de 2013, sem que as obras fossem iniciadas, o prefeito Arthur Virgílio Neto (PSDB) anunciou que o sistema ficaria para 2016, com início das obras em 2014, depois da Copa do Mundo.
As empresas
Só uma empresa, a Laghi Engenharia Ltda., nesses seis anos, recebeu mais de R$ 133 milhões para a elaboração de projetos só para obras realizadas em Manaus pelo Governo do Amazonas. Ela também fez contratos milionários com a Prefeitura de Manaus para obras realizadas pelo município, e com o governo estadual para obras no interior do Estado.
A Vetec Engenharia Ltda. ganhou em um só contrato R$ 25,1 milhões para serviços de gerenciamento e supervisão dos trabalhos de construção da Ponte Rio Negro.
Outra que aparece bem na lista é a empresa Egus Consult Engenharia e Projetos Ltda., uma empresa com sede em São Paulo que atua nas áreas da engenharia, supervisão de obras, fiscalização e gerenciamento, e que foi responsável pela obra do Shopping Ponta Negra, em Manaus. Ela tem contratos de mais de R$ 100 milhões com o governo do Estado, mas a maior parte é para serviços no interior do Estado. Para Manaus, nos últimos anos, ela conseguiu quatro contratos que somam R$ 8,1 milhões, para projetos e supervisão de obras.
A Planep – Planejamento Estudos e Projetos Ltda. foi contratada em 2011 para elaborar o Plano Rodoviário do Estado do Amazonas. Pelo serviço, recebeu R$ 10,8 milhões. No mesmo ano, outra empresa, a Laghi, também foi contratada, por R$ 2,6 milhões, para elaborar o mesmo plano rodoviário. Também é da Laghi um contrato de R$ 9,6 milhões para elaboração do Plano Aeroviário do Estado do Amazonas.
O governo também contratou a Architech Consultoria e Planejamento Ltda. para elaboração de projeto executivo para serviços do Igarapé da Sharp, no bairro Armando Mendes (zona leste). O igarapé tem uma extensão de 1,5 quilômetros, e o contrato para o projeto executivo custou R$ 3,1 milhões.
Confira os contratos:
Fonte: Sicop/AM