O papel velhinho do bem, apresentado na campanha eleitoral, era apenas uma ficção para agradar aos eleitores. O governador José Melo é impiedoso, principalmente com os que ousam colocar obstáculos no seu caminho. É assim que ele tem tratado a oposição na ALE. Um episódio recente está registrado nos Diários Oficiais do Estado e da Assembleia Legislativa do Estado (ALE). No dia 28 de novembro deste ano, o Diário Oficial da ALE publicou, na página 9, a Lei Promulgada 223/2014, de autoria do deputado Chico Preto (PMN), que concede o título de cidadão do Amazonas ao deputado José Ricardo (PT), que é natural do Rio Grande do Sul. A Lei Promulga é a validação de um projeto aprovado pela ALE quando ele não é sancionado pelo governador. Quando isso ocorre, a própria Assembleia a promulga e ela vira lei. O projeto em questão foi aprovado em julho deste ano e encaminhado à sanção do governador no dia 11 daquele mês. José Melo tinha até 11 de agosto para sancionar. Passados quatro meses, a matéria não saiu das gavetas do governador, o que forçou a ALE a promulgá-la. Não foi por esquecimento. No dia 18 de novembro, o Diário Oficial do Estado, na página 1 do caderno do Poder Executivo, traz três leis sancionadas por José Melo concedendo o título de Cidadão do Amazonas a Cals Theophilo Gaspar de Oliveira, Carlos Roberto Bueno e Janete Cristina Silva Canto. E no dia 1º de dezembro, o mesmo Diário Oficial, na mesma página, traz outra lei, sancionada por Melo, concedendo o título de cidadã do Amazonas à ex-primeira-dama Nejmi Aziz.
Sorria, vocês estão sendo filmados
O presidente do PPS, Guto Rodrigues, compareceu à Câmara Municipal de Manaus nesta quarta-feira,17, para acompanhar a votação dos parlamentares do partido na eleição para presidente da Casa. O partido orientou o vereador Professor Samuel e a vereadora Professora Jacqueline a não votar no candidato do prefeito, o vereador Wilker Barreto, mas eles desobedeceram a orientação. No entanto, no memento do voto, Guto filmou os dois declarando voto a Wilker. O filme será anexado a um processo por infidelidade que ambos devem sofrer.
Defesa de Jacqueline
A vereadora Jacqueline divulgou nota, depois da eleição na CMM, infirmando que o PPS “não apontou para qual candidato votar, por isso, levei em conta minha avaliação pessoal, votando no candidato com quem tenho afinidade e sempre apoiou minhas demandas parlamentares.” Segundo a vereadora, entre os cinco candidatos, Wilker era a melhor opção. “Enquanto líder do prefeito na CMM, Wilker Barreto mostrou-se um grande parceiro, respeitoso, ajudando-me na aprovação das minhas proposituras”.
Deselegância
Durante os discursos dos colegas que se lançaram candidatos para não votar em Wilker Barreto (Marcelo Serafim, Fabrício Nunes e Marcel Alexandre), o candidato do prefeito se comportou de forma deselegante. Ele conversava com os parceiros e ria, com ar de deboche.
Desabafo
O presidente do PSB, Marcelo Serafim, depois de ler a resolução do partido orientando o voto contra o candidato do prefeito e de lançar-se candidato para dar opção de voto ao vereador Elias Emanuel, se irritou com o comportamento do colega e voltou-se para os assessores de Elias que estavam no plenário: “Vocês percebem que o vereador Elias faz qualquer coisa para ascender ao poder. Daqui a pouco vocês não vão mais servir para ele e vão me procurar”.
Influência na Justiça Eleitoral
Os vereadores infiéis que votaram no candidato de Arthur Virgílio Neto, Wilker Barreto, receberam a orientação de colegas de que um processo de perda de mandato por infidelidade partidária poderia não chegar ao fim até as eleições de 2016. Eles avaliam que esses vereadores estão sob as asas do prefeito, do governador José Melo e do senador eleito Omar Aziz, três forças políticas com influência na Justiça Eleitoral do Amazonas para postergar a tramitação de um processo judicial.
Governo cede à pressão
A repercussão negativa da notícia do aumento de taxas do Detran-AM em mais de 100% levou a uma manobra positiva da bancada do governador José Melo na Assembleia Legislativa do Estado. O líder do governo, deputado Sidney Leite (Pros), pediu autorização à Casa Civil para alterar a proposta e apresentou um substitutivo, parcelando o reajuste de três vezes: em 2015, 2016 e 2017.