NATAL – O governador Rio Grande do Norte, Robinson Faria, disse nesta terça-feira, em Brasília, que a rebelião e assassinato de 26 presos na Penitenciária de Alcaçuz, em Natal, “foi uma retaliação ou vingança à rebelião registrada no início do mês no presídio no Amazonas” – o Compaj (Complexo Penitenciário Anísio Jobim). Faria disse que o País não pode ser “emparedado” por facções. No Compaj, 56 presos ligados ao PCC (Primeiro Comando da Capital) foram mortos, muitos esquartejados e decapitados.
Faria também confirmou que há indícios de algum tipo de favorecimento que tenha permitido a rebelião na penitenciária de Natal. Ao final da entrevista, ele afirmou que agentes penitenciários e policiais que colaboram com a fuga de presos são “piores que bandido”.
Seis líderes do PCC que estão em Alcaçuz serão transferidos para presídios federais, informou o governador. Ele se reuniu em Brasília com o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes.
Outros princípios de motim foram identificados no local na manhã desta terça. O governador negou que a situação não esteja sob controle. “O governo tem o controle. Tanto tem que conseguimos tirar os líderes do PCC”, disse, ao citar que não houve mortes de policiais, agentes penitenciários ou reféns. “A briga ficou restrita entre o PCC e o Sindicato do Crime do Rio Grande do Norte”, completou.
Ainda segundo Faria, o papel dos homens da Força Nacional deslocados para a penitenciária é garantir a segurança da população e evitar fugas de presos, sem entrar nas instalações de Alcaçuz. Para ele, a entrada de forças de segurança no local neste momento poderia gerar mais mortes e “um novo Carandiru”. “Temos que evitar que isso aconteça”, disse.
(ABr/Agência Brasil)