SÁO PAULO – Conversando com uma amiga sobre como funciona a cabeça de uma pessoa com mais de 40 anos, muitas vezes diferente e com muita dificuldade para entender a nossa geração, pensei sobre como será os quarenta e poucos anos da nossa geração. Já parou para pensar se voce será uma pessoa mais “mente aberta” do que seus pais e avós? ou terá tanta dificuldade quanto eles têm para entender as mudancas da proxima geração?
O curioso de imaginarmos o nosso futuro é que, muitas vezes, não percebemos que já estamos nele. Se eu dissesse na década de 80 que esse texto seria escrito em um aparelho com meia polegada de espessura, revestido de vidro e alumínio, que registra todos os meus comandos a um simples toque na tela e ainda é capaz de me conectar com o mundo todo – o nosso queridíssimo tablet– diriam, no mínimo, para eu parar de sonhar.
Muito embora isso que eu acabei de escrever tenha a ver com o âmbito tecnológico, engana-se quem pensa que isso tudo não influencia na forma como o ser humano se comporta. Você quer um exemplo? Pelo menos 15 anos atrás uma pessoa não tinha o senso de imediatismo tão apurado quanto hoje, isso tem ligação direta com atecnologia que colocou em nossas mãos um aparelho que “resolve a vida”de qualquer um e o faz refém dela.
De acordo com o estudo, que contou com 2 mil jovens que se preparam para começar a universidade, grande parte da nova geração não está pronta para os desafios de uma vida independente. O levantamento descobriu que mais da metade dos estudantes não sabem como pagar uma conta e que muitos acreditam que as noites de diversão são mais caras do que os valores de um aluguel domiciliar.
Os pesquisadores ainda disseram que muitos dos jovens em idade universitária entrevistados para o estudo ficaram preocupados e confusos com a perspectiva de sair de casa para iniciar o ensino superior. O trabalho científico também observou que 61% dos jovens da Geração Y estão preocupados com a perspectiva de iniciar a universidade, enquanto 58% têm problemas para dormir e 27% sofrem de ataques de pânico e ansiedade.
Isso quer dizer que daqui 20 anos seremos adultos de quarenta e poucos anos ansiosos, mimados e frustrados. Isso porque além de sermos imediatistas, sonhamos demais e queremos tudo imediatamente. A boa notícia é que continuaremos a frente da geração passada e aposto que seremos também bem mais maleáveis e mente aberta do que a geração que passou.