Por Maria Derzi, da Redação
MANAUS – Os irmãos Adail José Figueiredo (PP), candidato a prefeito de Coari, e Mayara Monique Figueiredo Pinheiro (PDB), vice na chapa, vão poder concorrer às eleições de domingo, 2, no município a 362,84 quilômetros de Manaus. Eles são filhos do prefeito caçado Adail Pinheiro, que está preso na capital desde 2014 condenado pelos crimes de pedofilia e favorecimento à prostituição. O TRE (Tribunal Regional Eleitoral) julgou procedente o recurso dos irmãos para continuar na disputa. A candidatura deles havia sido rejeitada pelo juiz eleitoral Fábio Lopes Alfaia, no dia 5 deste mês.
Na sentença, Alfaia alegou que a candidatura de Adailzinho, como é conhecido, representava uma forma de manter o mesmo grupo político (formado por PMDB, PT, PP, DEM, PDB, PTB, PEN, PSDC, PSL e PPL) no poder, já que o pai foi prefeito e tem grande influência popular em Coari. Adailzinho usará na urna o nome ‘Adail Filho’, em referência direta ao pai.
A relatora do recurso, juíza federal Marília Gurgel de Paiva e Sales, ao decidir pela liberação da candidatura, considerou que o argumento de continuidade do mesmo grupo político no poder se quebrou com a cassação de Adail Pinheiro em 2015, quando deixou de ser prefeito em decisão definitiva do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). “O que o argumento anterior define é que a regra constitucional tende a evitar um terceiro mandato consecutivo por pessoas que pertencem ao mesmo grupo familiar”, disse a juíza.
O MPE (Ministério Público Eleitoral) também liberou a candidatura de Adail Filho por entender que a pena foi aplicada ao pai e não ao filho. A legislação não permite que a pena ultrapasse a pessoa do condenado, sendo imputada também ao filho.
O ex-prefeito de Coari, Adail Pinheiro, permanece preso no CPE (Comando de Policiamento Especializado), em Manaus, desde fevereiro de 2014. Foi condenado pelo TJAM (Tribunal de Justiça do Amazonas) a 11 anos e dez meses e 318 dias em regime fechado, pelos crimes de favorecimento à prostituição, envolvimento em rede de exploração sexual, abuso sexual e corrupção de menores.