Um dos direitos fundamentais do cidadão é de se manifestar, de protestar, de debater publicamente as suas ideias. É uma garantia prevista na Constituição Brasileira de 1988. No tempo da ditadura militar, implantada pelo golpe de 1964, não havia esse direito. Qualquer manifestação política pública era proibida e rechaçada com violência pelos militares e os militantes eram presos.
Por essa razão, não tem sentido que algumas pessoas, que participaram da manifestação do último dia 16 e de outras anteriormente, ainda defendam a volta dos militares. Como se fosse a solução dos problemas atuais. Aliás, os militares já afirmaram que obedecem a Constituição e o sistema político vigente, onde a presidenta Dilma, reeleita pela maioria da população, governa o País por mais quatro anos.
Estamos em novo momento, onde o exercício da democracia vai se consolidando. O povo tem a liberdade de fazer as críticas ao governo e contra qualquer instituição. E isso é bom, para fortalecer o processo de participação popular e da gestão pública.
Após a eleição do ano passado, onde a presidenta Dilma foi reeleita, começou uma campanha na grande mídia do Brasil, contra ela e seu governo, bem como contra o Partido dos Trabalhadores e o ex-presidente Lula. Percebe-se claramente a atuação dos partidos que perderam a eleição, principalmente o PSDB e o DEM. Tentam criminalizar o PT, em função da Operação Lava Jato, e acusá-lo de fomentar a corrupção. Aproveitando-se das dificuldades econômicas que está passando o País, e que o governo vem enfrentando. Tentam criar um clima de desestabilização, querem criar um clima para um golpe contra a democracia.
Sobre a Lava Jato é interessante notar a extrema parcialidade do juiz e promotores envolvidos. De 32 partidos políticos existentes no Brasil, a ampla maioria recebeu recursos das empreiteiras acusadas, mas somente o tesoureiro do PT foi preso. E os tesoureiros do PSDB e do PMDB, partidos que receberam tanto ou mais recursos, simplesmente são ignorados. Clara perseguição contra o PT. Não defendo a corrupção, quem for comprovadamente culpado, que seja punido. No Congresso Nacional tem mais de 50 parlamentares envolvidos na Lava Jato, parlamentares de vários partidos, incluindo o Eduardo Cunha presidente da Câmara dos Deputados e Renan Calheiros, presidente do Senado, ambos do PMDB. Do PP quase toda a bancada está respondendo a processo.
Alguns falam em impeachment, outros em renúncia e outros em golpe militar. O golpe os militares não querem. O impeachment não cabe, conforme a Constituição, pois não tem nenhum fato no atual governo que justifique. E agora falam em renúncia. O ex-presidente FHC sugeriu a renúncia. Ora, renunciar por quê? E quem é FHC para propor isso. FHC não tem moral para isso. Para aprovar a emenda que garantiria a sua reeleição tivemos o maior festival de propinas e compras de deputados da história política brasileira. Teve deputado do DEM do Amazonas indo comprar o voto de deputados de Roraima. Nos governos de FHC, as privatizações, as vendas das empresas brasileiras, foi um dos maiores crimes contra a população, além de ter registrado os maiores índices de desemprego e de miséria.
Não, Dilma não vai renunciar. Dilma vai continuar os vários programas sociais implantados por Lula e ela, que tiraram o Brasil do mapa da Fome, conforme anunciado este ano pela ONU. Por isso, eu e mais de 50 milhões que votaram nela dizem: Fica Dilma.
Aqui no Amazonas temos que dizer “Fica Dilma” porque prorrogou a Zona Franca de Manaus (ZFM) por mais 50 anos e garantiu o emprego de mais de 100 mil trabalhadores. Também no Amazonas temos que dizer “Fica Dilma” pelas 360 mil pessoas com Bolsa Família, pelos 415 mil pessoas com Luz para Todos, pelas 44 mil casas do Minha Casa Minha Vida, pelos 20 mil estudantes no Prouni e pelos 123 mil nas Escolas Técnicas.
Estarei participando da manifestação desse dia 20 de agosto de 2015, junto com todas as centrais sindicais e movimentos sociais da sociedade, políticos e cidadãos que não aceitam um golpe contra a democracia, que querem que os direitos dos trabalhadores sejam respeitados. Um ato em defesa da presidenta Dilma que foi eleita democraticamente e em defesa dos avanços que foram alcançados no Brasil graças ao presidente Lula, a Dilma e o PT.
José Ricardo Wendling é formado em Economia e em Direito. Pós-graduado em Gerência Financeira Empresarial e em Metodologia de Ensino Superior. Atuou como consultor econômico e professor universitário. Foi vereador de Manaus (2005 a 2010), deputado estadual (2011 a 2018) e deputado federal (2019 a 2022). Atualmente está concluindo mestrado em Estado, Governo e Políticas Públicas, pela escola Latina-Americana de Ciências Sociais.
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