Do Estadão Conteúdo
LONDRES – Cinco dias após testar o ‘shield’ em treino do GP da Inglaterra, a FIA (Federação Internacional de Automobilismo) anunciou nesta quarta-feira, 19, que os carros da Fórmula 1 vão usar o ‘halo’ a partir da próxima temporada. Trata-se de um dispositivo de segurança para a cabeça dos pilotos.
A decisão surpreende porque o ‘halo’ recebeu muitas críticas em seus testes, no ano passado. E os dirigentes técnicos da FIA pareciam ter desistido deste dispositivo. Tanto que testaram no circuito de Silverstone o ‘shield’, uma versão alternativa de proteção para os pilotos.
Semelhante a um para-brisa, feito de policarbonato e em formato curvo, o ‘shield’ foi testado somente uma vez em um carro de F-1. E recebeu má avaliação do piloto alemão Sebastian Vettel, da Ferrari, que disse ter ficado ‘tonto’ ao pilotar com o dispositivo. Ele afirmou também que o ‘para-brisa’ distorcia a visibilidade.
Visibilidade
Diante das críticas, a FIA resolveu voltar para o ‘halo’, que já foi prontamente aprovado, em reunião da entidade, nesta quarta. A Federação garantiu que contou com “o apoio das equipes”. De acordo com o site da revista inglesa Autosport, as equipes ficaram divididas na votação. “A FIA confirma a introdução do Halo para 2018. Com o apoio das equipes, alguns ajustes de design serão feitos para aperfeiçoar o dispositivo”, afirmou a entidade, em comunicado oficial. “Ficou claro que o Halo apresenta a melhor performance de segurança”.
O halo é uma espécie de arco erguido sobre a cabeça dos pilotos, com três pontos de fixação no carro. Um destes pontos fica exatamente à frente do piloto, o que já causou críticas por possíveis prejuízos à visibilidade. Os próprios pilotos, porém, aprovaram o sistema após testes na semana passada.
A proteção para a cabeça dos pilotos virou preocupação mais forte para a organização da F-1 nos últimos anos após as mortes do francês Jules Bianchi e do britânico Justin Wilson. Ambos sofreram duros impactos na cabeça em corridas da F-1 e da Fórmula Indy.