Da Redação
O diretor do DPTC (Departamento de Polícia Técnico Científica) da Polícia Civil do Amazonas, Jéferson Mendes, afirmou, em entrevista coletiva à imprensa no IML (Instituto Médico Legal), que a situação dos corpos dos presos mortos no massacre do último domingo, 1°, e segunda-feira (2) no Compaj (Complexo Penitenciário Anísio Jobim) e na UPP (Unidade Prisional do Puraquequara) chocou os peritos do Estado mesmo com toda a experiência que eles têm de trabalho. Mendes disse que, apesar da maioria dos corpos estar mutilada, os mais difíceis de identificar são os carbonizados.
“A causa-morte que encontramos aqui foram degolados, corpos com diversas fraturas e dilacerações. Até o presente momento não encontramos sinais de armas de fogo. Apenas marcas de estoques e perfurações de aparelhos cortantes e contundentes (…). Nossos peritos estão preparados para atuar neste tipo de ação. Mesmo assim é algo chocante. Conversando com eles (peritos), eles dizem que nunca viram corpos da maneira como estão estes. Mas mesmo assim estamos preparados”, afirmou.
Jefeson Mendes afirmou que o caminhão frigorífico cedido pelo Governo do Estado evitou o caos no IML no processo de reconhecimento dos corpos. “O caminhão frigorífico não sei de onde veio, mas foi cedido pelo Governo do Estado e é de vital importância para nós. Está ajudando a conservar os corpos até a finalização da identificação. Sem ele, isso seria um verdadeiro caos. O IML não tem a estrutura ideal. Na verdade, nenhum Estado tem demanda tão grande. Isso só ocorre quando há grandes desastres”, explicou.
Na coletiva, Mendes informou que dos 60 corpos de detentos mortos – 56 no Compaj e quatro na UPP –, na rebelião de domingo e segunda-feira, 39 já foram identificados. Dez foram liberados para as famílias, mas até o final da tarde desta terça-feira, 3, apenas quatro famílias se apresentaram para retirada dos corpos. Entre os identificados, 36 são do Compaj e três da UPP.
Após 34 horas do fim da rebelião, a Polícia Civil e o IML não divulgaram os nomes dos mortos e as famílias permanecem em frente ao prédio do instituto à espera de informações. De acordo com Jéferson Mendes, a partir de desta terça-feira será montada uma estrutura para atendimento adequado dos familiares dos presos num prédio anexo ao IML com funcionários da Secretaria de Assistência Social e Secretaria de Administração Penitenciária do Amazonas.
Ele informou que haverá um cadastro dos familiares e que o Estado vai repassar informações para as famílias por meio do WhatsApp como medida para evitar o aglomerado de pessoas em frente ao IML. “Vamos divulgar os nomes primeiro para as famílias e depois tornaremos público”, justificou Mendes
Que vexame o Amazonas está passando nacionalmente….