BRASÍLIA – Citados em delação premiada, a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) e o marido dela, Eron Bezerra (PCdoB), responderão a processo por caixa 2 na campanha eleitoral de 2012. O ex-presidente da Odebrecht Ambiental Fernando Luiz Reis disse que Eron “recomendou” que a doação R$ 1,5 milhão à parlamentar ocorresse sem que fosse declarada à Justiça Eleitoral. Na época Vanessa disputava a Prefeitura de Manaus, mas acabou derrotada no segundo turno por Artur Neto (PSDB).
De acordo com Reis, Vanessa o convidou para uma reunião na capital do Amazonas, no dia 24 de agosto daquele ano. No encontro, ela e o marido teriam pedido inicialmente uma quantia maior do que a que acabaram recebendo para a campanha. O delator declarou que não havia nenhuma contrapartida para o repasse e que era comum a empreiteira ‘investir’ em políticos considerados promissores.
“Não tínhamos nenhum interesse específico, se não o interesse com ela. Uma pessoa capaz, moça, de um partido com o qual a Odebrecht não tinha nenhuma relação e que se mostrava um expoente”, contou. “A gente não tinha um interesse específico em Manaus, o interesse era criar uma relação com um partido que a gente não tinha, uma pessoa jovem, de futuro, isso sim era uma das coisas que a gente fazia que era apostar no crescimento, desenvolvimento de políticos jovens com discurso arrumado”, continua em outro trecho.
Em nota, a senadora afirma que as doações feitas para suas campanhas “foram oficiais, declaradas e posteriormente aprovadas pela Justiça Eleitoral”. “Diante da autorização, pelo STF, de abertura de inquérito para investigar as doações da campanha de 2012, quando fui candidata à prefeita, reafirmo que estou tranquila, pois tenho consciência que não cometi qualquer tipo de ilegalidade. Confio que isso será provado a partir das investigações”, disse Vanessa.
(Estadão Conteúdo/ATUAL)