MANAUS – O deputado federal Francisco Praciano (PT), derrotado nas eleições deste ano, na disputa para o Senado no Amazonas, ficará sem mandato a partir de 2015, depois de 23 anos de atuação parlamentar. E entrevista por telefone ao ATUAL (ele está em Brasília), o deputado afirma que está tranquilo e sai da eleição deste ano sem nenhuma mágoa. Ainda não sabe o que fará no futuro e resume em uma frase o que fez no passado: “Entrei limpo e saio limpo da política”. Em outra frase, especifica: “Sempre briguei por causa e não por coisas. Não botei uma moeda a mais no meu patrimônio”.
Praciano foi o segundo mais votado na eleição para o Senado no Amazonas, com 549 mil votos (34,44% dos votos válidos). Omar Aziz (PSD) se elegeu com quase o dobro de votos de Praciano: 933 mil (58,51%).
Questionado sobre o que fará depois de deixar o mandato, que termina só em 31 de janeiro, depois do recesso parlamentar, Praciano responde: “Vou cuidar da minha vida que nesse tempo não tive tempo de cuidar”. Mas engana-se quem pensa que ele voltará para Itapipoca, no Ceará, sua cidade natal. “Minha terra é o Amazonas. No Ceará eu devo ir passar algum tempo, mas não para ficar lá. Vou ficar livre entre o Amazonas e o Ceará”, disse.
Sobre o futuro político, ele diz que ainda não refletiu. Neste segundo turno, vai trabalhar no Amazonas, ao lado de Eduardo Braga, candidato ao governo pelo PMDB, que enfrenta José Melo (Pros). “Vamos completar a tarefa para eleger Braga e Dilma”, disse, referindo-se à presidente Dilma Rousseff, que disputa o segundo turno contra Aécio Neves (PSDB).
Nesta terça-feira, deputados federais e estaduais eleitos e não eleitos da coligação “Renovação e Experiência”, da qual Praciano participou no primeiro turno, reuniram-se em Brasília para traçar estratégias de campanha. Os parlamentares ainda estão em Brasília e devem cair em campo neste fim de semana runo ao segundo turno.
Praciano também criticou o atual sistema político e reafirmou a necessidade de uma reforma política urgente no país. “Precisamos acabar com o uso da máquina pública nas eleições. Quem entra no jogo precisa ter financiamento de campanha, e isso acaba com a democracia”, avaliou. Na Câmara dos Deputados, nos últimos oito anos, Praciano tentou, em vão, aprovar projetos de lei de combate à corrupção e melhoria do sistema de controle do dinheiro público.