Das oito candidaturas fechadas até a noite de sexta-feira, 16 (ainda pode haver baixas), apenas três tem o propósito de disputar de disputar e eleição suplementar: Amazonino Mendes (PDT), Eduardo Braga (PMDB) e José Ricardo (PT). Este último com pouquíssimas chances; ficaria no terceiro lugar, pela falta de alianças e por ser desconhecido da maioria do eleitorado.
A candidatura de Rebecca Garcia (PP) serve mais para tirar votos de seu ex-aliado Braga do que para disputar o cargo. Rebecca foi candidata a vice de Braga nas eleições de 2014 e se empenhou nas atividades de rua; é conhecida, principalmente em Manaus, mas tem bom trânsito no interior do Estado. Por isso, pode amealhar eleitores que votaram na chapa dela em 2014. Quem ganha com isso? Amazonino, que aumenta as chances de disputar o segundo turno ou até ganhar a disputa no primeiro turno. Mas ainda é cedo para prevê se a eleição será definida em um turno.
As outras candidaturas são apenas para projetar os candidatos. O vereador Marcelo Serafim (PSB) não tem capilaridade para uma disputa majoritária, mas quer, em 2018, tentar recuperar o prestígio de 2006, quando se elegeu deputado federal. Por ser “dono do partido” – ele é presidente estadual e o pai Serafim Corrêa, presidente de honra do PSB – aproveitará a oportunidade para se mostrar ao eleitorado na propaganda de rádio e televisão nesta disputa.
Wilker Barreto (PHS) também comando o partido e decidiu entrar na disputa sabendo que não tem como chegar à linha de frente. Mas em 2018 ele quer voos mais altos e está de olho em uma cadeira na Assembleia Legislativa ou na Câmara Federal. O resultado da eleição de 2017 é que deve orientar essa decisão no próximo ano.
Liliane Araújo tenta se eleger a qualquer cargo. Em 2014, pelo PPS, tentou uma cadeira na Assembleia Legislativa. Teve 6.246 votos. O candidato do partido que se elegeu arrastado, Luiz Castro, teve 19.815 votos. Em 2016, Liliane trocou o PPS pelo PR e tentou uma vaga na Câmara Municipal de Manaus. Conseguiu 2.233 votos, ficando como terceiro suplente. O PR elegeu quatro vereadores. Apesar da baixa densidade eleitoral, Liliane se tornou um dos principais nomes do PPS, depois da debandada de militantes históricos. Ela vai aproveitar a eleição suplementar “se mostrar” ao eleitorado, com a perspectiva de que em 2018 esteja mais conhecida.
Luiz Castro, que agora é o dirigente da Rede Sustentabilidade, vai repetir o que fez em 2016, quando se uniu ao PSOL para disputar a Prefeitura de Manaus: marcar posição. A eleição serve mais para apresentar o partido e colocar o político em evidência do que disputar o cargo de governador. A rede, no Amazonas, inclusive, vive uma crise interna, com militantes que ajudaram a fundar a sigla afastados por decisão própria, por não concordarem com os rumos do partido no Estado.
Valmir Lima é jornalista, graduado pela Ufam (Universidade Federal do Amazonas); mestre em Sociedade e Cultura na Amazônia (Ufam), com pesquisa sobre rádios comunitárias no Amazonas. Atuou como professor em cursos de Jornalismo na Ufam e em instituições de ensino superior em Manaus. Trabalhou como repórter nos jornais A Crítica e Diário do Amazonas e como editor de opinião e política no Diário do Amazonas. Fundador do site AMAZONAS ATUAL.
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Quase todos candidatos conheço e a situação agora é o velho adágio; farinha pouca meu pirão primeiro. Resta esperar.