Por Henderson Martins, da Redação
MANAUS – O vice-presidente do Sinetram (Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Amazonas), Acir Gurgacz, dono da empresa Eucatur de transporte de passageiros, chamou os ônibus Executivos de “predadores” em audiência pública na CMM (Câmara Municipal de Manaus) na manhã desta quinta-feira, 19. Gurgacz disse que as cooperativas de Executivos cobram mais caro no transporte de passageiros e não têm responsabilidades com a meia passagem de estudantes, idosos e nem cumprem horários fixos.
De acordo com Alcir Gurgacz, outra grande dificuldade do transporte público de passageiros em Manaus é que são “engessados” devido à determinações da SMTU (Superintendência Municipal de Transportes Urbanos) na questão de horários e frequência diárias. “Aí vem um predador, chamado de Executivo, cobrando mais caro e podendo andar em qualquer rua, fazer qualquer horário. Essa concorrência é injusta”, reclamou.
Acir Gurgacz disse que quando foi realizada a concorrência para o transporte coletivo havia uma ordem de serviço estabelecendo uma média de 15 milhões de passageiros ao mês. Segundo ele, atualmente, as empresas não chegam a 11 milhões de passageiros. “No mês de junho tivemos 10 milhões de passageiros, ou seja, cinco milhões de passageiros migraram para os outros modais”, revelou Gurgacz.
O empresário disse que as cooperativas dos Executivos trabalham de forma irregular. “É um sistema que tem quase 300 veículos, rodando sem compromisso de horário, cobrando uma tarifa de R$ 4 somente no dinheiro. Não há o compromisso com estudantes, idosos ou passe livre que é o que sobra para o transporte coletivo”, afirmou.
Gurgacz disse que as empresas tentam conseguir o retorno dos investimentos e a confiança dos usuários. Ele também se queixou da precariedade da mobilidade urbana com ruas esburacadas e insegurança.
O vice-presidente do STTR (Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Rodoviário), Josenildo Silva, disse que a discussão entre trabalhadores, empresários e os vereadores pode evitar a paralisação do transporte coletivo. “A preocupação é evitar atrasos de pagamentos e manter os benefícios dos trabalhadores do transporte em Manaus”, disse.
De acordo com o superintendente da SMTU, Franclides Corrêa, a reunião multidisciplinar é muito importante para resolver o problema do transporte público na capital. “É preciso atuar na fiscalização para evitar as clandestinidades, conversar para achar um meio para oferecer um transporte de qualidade na cidade de Manaus”, disse o superintendente.
(Colaborou Patrick Motta)
Assista a entrevista com o vice-presidente do Sinetram, Acir Gurgacz: