Por Ana Carolina Barbosa, da Redação
MANAUS – O Amazonas registrou, entre os dias 1 e 8 de janeiro de 2016, 35 focos ativos de queimada detectados via satélite, mesmo com a intensificação das chuvas neste início de ano. O número corresponde a 100% dos focos registrados durante todo o mês de janeiro de 2015, apontam dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).
Tabela disponível no site do órgão, que monitora em tempo real a situação das queimadas no Amazonas e em outros estados brasileiros, assim como países vizinhos, mostra que o Estado fechou o ano de 2015 com 15.170 focos de queimada ativos, 63,3% a mais que em 2014, quando o número registrado foi de 9.288.
A diferença mais alarmante ano passado foi registrada do mês de julho – quando foram calculados 356 focos ativos, para agosto, quando o Estado alcançou a marca de 4.564 focos, ou seja, 1.182% a mais. À época, a capital, Manaus, e alguns municípios do interior, ficaram encobertos por fumaça, situação que se repetiu por diversos meses seguintes e que chegou a comprometer em situações pontuais os trabalhos do Aeroporto Internacional Eduardo Gomes e exigiu medidas de prevenção por parte da população para evitar problemas de saúde.
Ainda conforme a tabela, o mês que apresentou maior número de incêndios de todas as proporções, foi setembro. Foram 5.882 focos ao todo, situação que teve como influência direta um déficit no índice pluviométrico no Amazonas, e que permaneceu pelos meses seguintes, até novembro, afirma relatório do Inpe com especificações do Estado.
Em dezembro, quando as chuvas passaram a ser mais frequentes no Amazonas, o número de queimadas foi reduzido para a metade, passando de 1.054 em novembro para 565 no último mês do ano.
Conforme nota publicada pelo Inpe, o monitoramento de queimadas em imagens de satélites é útil para regiões remotas sem meios intensivos de acompanhamento, condição esta que representa a situação geral do País. Para uma área com torres de observação guarnecidas continuamente e mantendo comunicação direta com brigadas de combate de fogo, os dados de satélite têm interesse marginal. A reportagem do AMAZONAS ATUAL tentou contato neste sábado com o Inpe para saber se há algum motivo específico para o número elevado de queimadas neste início de ano, mas não obteve sucesso neste sábado, 9.
Veja a tabela com as informações anuais do Amazonas: