Da Redação
MANAUS – Entre a renovação e a experiência, slogans que predominaram entre os nove candidatos na campanha eleitoral, o eleitor do Amazonas que vai às urnas neste domingo 6, para escolher o novo governador do Estado na eleição suplementar, não deve ter nem uma coisa e nem outra. Com apenas um ano e três meses de mandato, o novo governador não terá tempo para renovar a gestão e nem para pôr em prática a experiência com mudanças radicais. O pleito é mais um trampolim para a eleição geral de 2018. Quem estiver à frente da máquina pública, amplia as possibilidades de reeleição.
De ‘novo’ mesmo na eleição fora de época, só a velha forma de fazer política. Os 2,3 milhões de eleitores do Amazonas aptos a votar, segundo dados do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), se deparam novamente com líderes políticos que já governaram o Estado e outros que buscam esse desejo, mas sem histórico de gestão da máquina pública. Há quem responde processo na Justiça e até quem teve o registro de candidatura rejeitado.
Também se repetem as alianças de conveniência. Uma delas envolve o ex-governador Amazonino Mendes (PDT) que conseguiu reunir em torno de si o senador Omar Aziz (PSD) e dos deputados federais Silas Câmara (PRB) e Pauderney Avelino (DEM), os mesmo políticos que apoiaram a eleição do governador José Melo (Pros), cassado pelo TSE em maio deste ano por compra de votos. Amazonino ainda tem o apoio do prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto (PSDB).
Outra aliança reúne o senador Eduardo Braga (PMDB) e o deputado federal Alfredo Nascimento (PR). Pelo menos nesta eleição, Braga desfez a parceria partidária que vinha mantendo com a ex-deputada federal Rebecca Garcia (PP), também candidata.
Nove candidatos concorrem ao governo do Estado. Dois deles são deputados estaduais: José Ricardo (PT) e Luiz Castro (Rede). Outros dois são vereadores: Wilker Barreto (PHS) e Marcelo Serafim (PSB). Completam a lista na urna a jornalista Liliane Araújo (PPS), que teve o registro de candidatura rejeitado pelo TRE (Tribunal Regional Eleitoral) e o cabeleireiro Jardel (PPL).
Idas e vindas
A eleição deste domingo ocorre após várias reviravoltas na Justiça. O pleito foi inicialmente suspenso, depois mantido e finalmente referendado, mas em parte. Por decisão do ministro Ricardo Lewandowski, do STF (Supremo Tribunal Federal), o governador eleito não será diplomado. O reconhecimento do eleito só ocorrerá após julgamento de recursos na Justiça Eleitoral e no próprio STF.
Recorreram à Justiça o ex-governador José Melo e o ex-vice-governador Henrique Oliveira. Caso a Justiça mantenha o trâmite normal de julgamentos, o eleito terá menos tempo ainda para implementar algum projeto de gestão pública. Na prática, o eleitor vai às urnas, mas a posse do escolhido aguardará decisão da Justiça.
De acordo com dados do TSE, são 70 zonas eleitorais em Manaus e no interior com1,4 mil locais de votação, 14,2 mil seções eleitorais. Conforme o TSE, o custo total da eleição suplementar, considerando um possível segundo turno, deve chegar a R$ 34 milhões. A conta, obviamente, será paga pelo contribuinte.