Da Redação
MANAUS – Em discurso de apoio à candidata Rebecca Garcia (PP) ao Governo do Amazonas na eleição suplementar do dia 6 de agosto, o governador interino do Estado, David Almeida (PSD), falou em tom de enfrentamento. “Me ajudem a libertar o Estado do Amazonas desta gente”, disse, na noite dessa terça-feira, 11, em Manaus.
Almeida citou o ex-governador Amazonino Mendes (PDT) e o senador Eduardo Braga (PMDB), também candidatos ao governo, como homens públicos que já tiveram a chance de transformar o Estado e, segundo ele, não conseguiram. “Com todo respeito ao ex-governador Amazonino e ao senador Eduardo Braga, mas essas duas candidaturas não são a solução para o nosso Estado”, declarou.
O governador interino, que pretendia concorrer ao governo, disse que foi tirado da disputa. “Eu fui tirado da disputa, sabem por quem? Por pessoas que querem administrar o Estado do Amazonas da sala de sua casa. O outro estava dentro da rede, descansando, aposentado. E aí eu vou ficar recebendo ordens de quem não conseguiu nem ser candidato à sua própria reeleição. Seria uma irresponsabilidade minha aceitar este tipo de imposição”, afirmou.
A referência foi a Amazonino Mendes, que recebeu apoio da cúpula do PSD, o partido do governador. Conforme Almeida, “eles não queriam que um novo pudesse assumir porque iria mostrar o tamanho da irresponsabilidade e da falta de capacidade de gerenciar e comandar o Estado do Amazonas”.
O que está acontecendo, segundo o governador, é que esta eleição pode ser marcada pela transição política. “Eles inviabilizaram aqueles que poderiam ser a renovação. Quando eles me bloquearam, eles também bloquearam o Marcelo (Ramos, vice na chapa de Eduardo Braga). Inviabilizaram o Marcelo e inviabilizaram a mim. Não tenho medo deles”, afirmou.
Para reforçar a posição de enfrentamento, David Almeida disse que os demais candidatos “estão todos juntos e eu vou provar”. Não citou e nem apresentou, porém, nenhuma prova. Almeida, entretanto, aumentou o tom do discurso e o caráter de confronto. “Existem muitos problemas que não foram resolvidos por falta da incapacidade e pela irresponsabilidade. É por isso que eles não querem que ninguém assuma o lugar que era deles. Eu decidi romper com tudo e com todos que deixaram o Estado do Amazonas como está hoje. De forma alguma eu iria me dobrar, recuar”, declarou. “Não podemos deixar que esses homens, que já tiveram a oportunidade de transformar esse Estado, voltem”, completou.
Infiel
O enfrentamento também foi assumido em relação ao senador Omar Aziz, presidente do PSD no Amazonas. “Quem foi infiel comigo foi o meu partido. Ou melhor, o partido não, o dono do partido. Ele que foi infiel”, afirmou, referindo-se diretamente ao senador e a decisão de apoiar Amazonino.