Da Redação
MANAUS – Maioria do eleitorado no Amazonas apto a votar, as mulheres representam 1,1 milhão de votos (51%), mas são negligenciadas nas propostas de governo. Quatro dos nove candidatos que disputam a eleição suplementar ao Governo do Amazonas não apresentaram propostas e sequer citaram a palavra ‘mulher’ em seus planos de governo. São eles: Amazonino Mendes (PDT), Marcelo Serafim (PSB), Jardel (PPL) e Wilker Barreto (PHC). A eleição será domingo, 6.
A constatação é do Movimento partidAmazonas, que analisou as propostas de governo apresentadas pelos candidatos ao TRE. Outros cinco candidatos apresentaram pelo menos uma proposta para as mulheres: Eduardo Braga (PMDB), José Ricardo (PT), Liliane Araújo (PPS), Luiz Castro (Rede) e Rebecca Garcia (PP).
O partidA considerou propostas para a saúde, geração de renda e trabalho, segurança, equidade de gênero e étnico-racial. Dois candidatos elaboraram propostas na área da saúde: José Ricardo (PT) e Rebecca Garcia (PP). A candidata Liliane Araújo (PPS) propôs garantir a implementação da transversalidade de gênero nas políticas públicas, gerar renda e combater a violência contra as mulheres. Ao abordar o tema da segurança, Rebecca também propôs ações contra a violência.
Os candidatos Eduardo Braga, José Ricardo e Luiz Castro abordaram o tema da segurança das mulheres. Eles apresentaram temas complementares: Eduardo Braga na área de infraestrutura social, José Ricardo e Luiz Castro em ações para a assistência social e cidadania.
“Essa ausência é uma falta de reflexão sobre o momento atual em que a posição da mulher, não só no mercado de trabalho, mas de um modo geral, as mulheres ainda não conseguiram ocupar os cargos que estão abertos na política institucional. Muitos dos partidos colocam a mulher como uma cota. Essa ausência mostra total falta de compreensão das políticas voltadas para as mulheres”, diz a jornalista Kátia Brasil, integrante do partidA.
Mesmo os candidatos que apresentaram alguma proposta, os projetos estão muito longe da realidade, segundo Kátia Brasil, que cita a questão da segurança. “O que nós queremos hoje como mulheres? Queremos ter segurança. A gente quer que essas estatísticas de abuso, de violência doméstica e fora de casa também, sejam perceptíveis. O atendimento na Delegacia da Mulher, por exemplo, é terrível”, disse.
Na saúde, conforme a jornalista, as propostas apresentadas são assistencialistas. “As mulheres gestantes continuam morrendo por causa do mau atendimento. Não é o caso do pré-natal, que avançou muito no Amazonas, mas no primeiro atendimento na maternidade. O sistema aí está totalmente em pânico. As mulheres chegam na maternidade e nem sempre são atendidas naquele momento, têm que voltar pra casa e fica aquela coisa vai e volta vai e volta. Isso ainda é muito precário”, comentou.
A legislação eleitoral não define punição aos candidatos que não cumprem seus projetos de governo. A exigência de um plano de gestão pública é exigido pela lei apenas como norma burocrática para a aprovação do registro de candidatura.
O Movimento partidAmazonas entende que os nove candidatos que concorrem à eleição suplementar do Amazonas precisam reafirmar os compromissos de promoção da equidade entre mulheres e homens estabelecidas pela Constituição Federal.
Origem
O partidA se apresenta como um movimento suprapartidário, com representação em 19 Estados, tendo como idealizadora a filósofa e escritora Marcia Tiburi. No Amazonas, o partidA foi criado em 30 de abril de 2017 por um grupo de mais de 40 mulheres de diversas profissões, organizações e coletivos que defendem os direitos femininos nas suas diversas representações na capital e no interior, incluindo as comunidades ribeirinhas, quilombolas e indígenas da Amazônia.
Confira as propostas dos nove candidatos ao Governo do Amazonas.
Algum candidato citou a palavra homosexual? Negro? Idoso?
Que título de matéria sem noção!!!
O governo deve trabalhar para o bem da população e não para beneficiar um gênero, raça ou qualquer categoria que seja.