Praça foi construída como medida compensatória, depois que empresa de Roberto Moita ocupou área que pertence ao município
MANAUS – Inaugurada sem alarda há cerca de duas semanas, a praça nas cercanias do shopping Container Mall, de propriedade do presidente do Instituto Municipal de Planejamento Urbano (Implurb), Roberto Moita, tem apenas um banco. Aliás, dois, para ser justo, mas um fica bem na entrada do shopping, deslocado da praça propriamente dita. O outro banco fica à margem de uma passarela de concreto bruto, que corre de uma ponta a outra da praça, de cerca de um metro e meio de largura. Completam o espaço uma escultural de metal pintada de vermelho e um estacionamento para nove vagas em frente ao prédio de contêineres, local que já era usado como estacionamento.
A praça, batizada com o nome do poeta e escritor Anibal Beça, custou, R$ 70.536,89, de acordo com a placa da obra e o acordo firmado entre a empresa MP Arquitetos Ltda., proprietária do Container Mall, e a Procuradoria Geral do Município (PGM). Para os proprietários de imóveis que ficam em frente ao que a Prefeitura de Manaus está chamando de praça, o que foi prometido é bem diferente do que foi feito. “Foi só isso que fizeram com R$ 70 mil. Eu imaginava que seria uma praça bonita”, disse um morador que preferiu não se identificar. Ele disse que cuida do local diariamente, varrendo e juntando as folhas das árvores.
O Container Mall foi construído em um terreno que não fazia frente para as ruas Dr. Thomas e Maceió. O imóvel da empresa MP Arquitetos era cercada por uma área de terras remanescente de desapropriações feitas pela Prefeitura de Manaus para a construção do prolongamento da Rua Maceió. A empresa, então, construiu o shopping com a frente para a Rua Dr. Thomas e passou a usar o terreno que era público como estacionamento.
A reportagem tentou ouvir o presidente do Implurb, Roberto Moita, mas ele disse que não poderia atender no momento do telefonema por estar atendendo o público no instituto.
Em nota, à época que o ATUAL trouxe o caso à tona, a empresa MP Arquitetos Ltda. informou que comprometeu-se a doar ao muinicípio de Manaus a construção de uma praça, no terreno público, como medida compensatória pelo fato de não existirem parâmetros legais para construções que utilizam contêineres marítimos.
Na mesma nota, a empresa informava que a praça contaria com bancos, bicicletário, pista de caminhada, bosque, jardins, estacionamento público e espaços para alongamento e ginástica. As imagens abaixo mostram como ficou o local.
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