Da Redação
MANAUS – Filiados do PMN afirmam que foram impedidos de entrar na sede do partido na tarde desta segunda-feira, 23, depois que o presidente estadual, vereador Chico Preto (PMN), mandou trocar as fechaduras das portas. Para o grupo, o objetivo era impedir a realização de reunião que discutiria as candidaturas aos cargos majoritários pelo partido.
No último sábado, 2, o presidente Chico Preto (PMN) anunciou reunião às 19h desta segunda-feira no auditório João Bosco, na ALE (Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas). Para os filiados, o local foi escolhido para apresentar ao pré-candidato a governador David Almeida (PSB) “as pessoas como bucha de canhão”.
Em repúdio, o grupo decidiu realizar outra reunião nesta segunda-feira, no mesmo horário, em frente à sede do PMN. O ato traz o tema “Não estamos à venda”, em referência as supostas negociações feitas pelo presidente Chico Preto (PMN) com outros partidos.
Impasse
O impasse entre membros da diretoria do partido teve início depois que Chico Preto anunciou a pré-candidatura dele ao cargo de senador da República. O grupo já tinha um favorito: o advogado Marcelo Amil (PMN).
“O nosso candidato ao senado seria o Marcelo Amil. O que aconteceu? O ego de um dos diretores, quando percebeu que havia uma brecha, um espaço de crescimento para o Marcelo Amil, resolveu, de forma unilateral, se lançar candidato ao senado e negociou outra vaga com outro partido, e não avisou a ninguém aqui desse lado”, disse um dos filiados.
De acordo com o grupo, outro motivo que desgastou a relação com o presidente foi o anúncio do apoio de Chico Preto ao candidato a presidente da República Jair Bolsonaro (PSL). O anúncio levantou debate entre os filiados que não se sentiram bem com a declaração do presidente do partido.
“Factoide”
Procurado pela reportagem, o presidente estadual do PMN, Chico Preto, disse que a troca de fechaduras se deu por conta do extravio de documentos. “Caixas foram mexidas, documentos do partido foram extraviados. Ao receber essa confirmação, eu determinei a troca imediata das fechaduras. Ali existem bens”, disse o presidente.
De acordo com Chico Preto, a sede permaneceu fechada porque não houve expediente, uma vez que a reunião convocada pela direção estadual do partido estava marcada para esta hoje. “Hoje a noite a gente está tendo reunião no auditório João Bosco, na Assembleia. A gente está sem expediente. O partido foi fechado para que os filiados venham para a reunião. Não pode ter a reunião de alguns filiados quando acontece uma reunião do partido”, disse Chico Preto.
Questionado sobre a intenção de impedir reunião na sede, o presidente disse que “o partido tem regras e horários” e “não é a casa da Mãe Joana”. “Por que eles não vem para a reunião? Não tem lógica. Estão querendo criar um factoide. Quem quer opinar, vem para a reunião. É livre e aberta para todos os filiados. Não tem sentido. Isso é conversa de bêbado”, disse.
Chico Preto disse que acha “estranho” a pré-candidatura de Marcelo Amil porque o advogado nunca disputou nenhum cargo político. “É muito estranho que se lance, há algumas semanas, alguém que não tem coragem de se lançar a vereador. O partido admite isso. É muito triste, feio, ver todo esse tipo de artimanha naquilo que vem sendo construído há anos. De repente o doutor Marcelo Amil se lança há uma semana e acha que vai se bombar de voto”, afirmou.
Sobre o apoio a David Almeida, Chico Preto (PMN) disse que “a convenção definirá”. “Eu como filiado afirmo ser o melhor caminho”, disse o presidente.