Da Redação
MANAUS – Enquanto no Executivo estadual o governador Amazonino Mendes (PDT) decretou o fim de ponto facultativo, no interior do Amazonas tem administrador parando a máquina pública até em datas pouco conhecidas. É o caso do prefeito de Boa Vista do Ramos, Eraldo Trindade da Silva (DEM). O político decretou ponto facultativo na cidade no último dia 31 por conta das comemorações do “Dia do Evangélico”. O interior do Amazonas não é o único que leva a data a sério. Em 2015, contra a vontade da prefeitura, os vereadores de Cuiabá transformaram a data em feriado municipal.
Nada impede que um prefeito decrete ponto facultativo nas repartições públicas municipais, em homenagem a certas datas comemorativas.
O problema é que, ao facultar a presença dos funcionários nas repartições da Prefeitura por causa das comemorações do “Dia do Evangélico”, o prefeito boa-vistense, Eraldo Trindade da Silva deveria decretar ponto facultativo também em relação a datas comemorativas de outras religiões, e não apenas no “dia do evangélico”.
Assim, teria o sr. prefeito de Boa Vista do Ramos de decretar também ponto facultativo no dia do Ramadã (Islamismo), no dia do “Yom Kipur” (judaísmo), no dia do “Wesak” (Budismo), no dia da Festa de Oxalá (Candomblé), no Dia Nacional do Espírita (Espiritismo), entre outros.
Quando um prefeito privilegia uma religião, em detrimento de tantas outras, fica a impressão de que se valeu de um expediente público para atender a um interesse privado, vale dizer, concedeu privilégios em troca de eventuais votos daquela comunidade nas eleições. Mas isso é só uma impressão, e não se inclui aqui o alcaide boa-vistense.