MANAUS – Depois da publicação de reportagem do AMAZONAS ATUAL, o deputado estadual José Ricardo (PT) encaminhou ao governo do Estado requerimento pedindo informações sobre o contrato com a Construtora Etam para a obra de duplicação da Rodovia AM-070 (Manaus-Manacapuru). A obra que tinha contrato inicial de R$ 224 milhões, sofreu reajustes conforme a inflação e, agora, foi aprovado aditivo de R$ 55,4 milhões. “Com menos de 15% da obra concluída, o Estado já aprovou aditivo que representa 25% a mais nos cofres públicos, recursos esses de financiamentos pelo BNDES”.
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Para o parlamentar, enquanto o governo aditiva uma obra em valores milionários, falta dinheiro na saúde. “O próprio Conselho Regional de Medicina (CRM) denunciou que existe uma enorme fila de pacientes esperando por cirurgias no Hospital Adriano Jorge. Também tem fila no João Lúcio, pra exames e procedimentos especializados; tem fila no Francisca Mendes; no Instituto da Mulher, para cirurgias de mioma; fila dos concursados que desejam ser chamados… fila é que não falta pelos hospitais do Estado”, destacou. José Ricardo considera uma irresponsabilidade tirar dinheiro da saúde, da educação para colocar no bolso de empreiteiras. “O governador deve explicações à população”, afirmou.
Luta dos peritos
José Ricardo encaminhou indicação ao governo do Estado para que atenda as reivindicações dos peritos oficiais da Polícia Civil. Eles lutam, principalmente, por infraestrutura e melhores condições de trabalho; valorização da prova pericial; estruturação dos órgãos de perícia; e inclusão dos peritos oficiais na Lei Estadual nº 4.059/14, legislação de carreira dos Policiais Civis.
“A realidade é de abandono. A polícia não está conseguindo chegar nas provas de todos os crimes. O Estado deixou essa importante área da segurança ser sucateada. São os peritos que colhem as provas que dão solução aos crimes, combatendo a impunidade”, afirmou. São mais de 150 profissionais, entre peritos criminais, médicos-legistas e odonto-legistas, de alto nível, mas que trabalham em condições precárias, subvalorizados, ajudando a aumentar a sensação de impunidade, segundo José Ricardo.
O parlamentar esteve no Instituto de Criminalística (IC) e no Instituto Médico Legal (IML) e confirmou essa situação. Laudos deixam de ser realizados por falta de materiais simples; o cartório está totalmente defasado; e não existe cadeia de custódia, um grande centro para armazenar com segurança os materiais e as peças dos locais dos crimes que serão periciados. “Por conta disso, as armas ficam jogadas no chão da sala do setor de balística; e os restos de drogas do laboratório, descartados até no esgoto comum, um perigo para a saúde e para o meio ambiente”.