Por Lúcio Pinheiro, da Redação
MANAUS – A defesa do ex-secretário de saúde Pedro Elias de Souza ingressou com um habeas corpus no TRF-1 (Tribunal Regional Federal da Primeira Região), em Brasília, com o objetivo de revogar a prisão preventiva do médico.
Acusado de se beneficiar de um esquema de corrupção que desviou milhões de reais da saúde no Estado, no âmbito da operação Maus Caminhos, ele teve a prisão decretada no dia 31 de dezembro, cinco dias depois de ter deixado o CDPM II (Centro de Detenção Provisória Masculino II) para cumprir prisão domiciliar.
Na medida jurídica, a defesa de Pedro Elias sustenta que os motivos alegados pelo MPF para manter o cliente preso não existem mais: um deles era que como detentor de cargo público o ex-secretário poderia atuar para atrapalhar as investigações. Como o médico foi exonerado do cargo de diretor-presidente do Hospital Universitário Francisca Mendes (HUFM), este argumento não faz mais sentido, informou a assessoria de imprensa do ex-secretário.
A defesa de Pedro Elias também entrou com um recurso para derrubar a prisão dele na Justiça Federal no Amazonas. O recurso ainda não foi analisado. Segundo o MPF, o médico recebia propina e vantagens indevidas dos operadores do esquema de corrupção, como o pagamento de um apartamento para o filho dele. O médico nega. O ex-secretário dirigiu a Susam de junho de 2015 a junho de 2017. Ao deixar o cargo, ele assumiu a direção do HUFM.
Na quarta-feira, 3, Pedro Elias e mais três ex-secretários (Wilson Alecrim, Evandro Melo e Afonso Lobo) foram transferidos da carceragem da PF (Polícia Federal) para o CDPM II. Na tarde desta quinta-feira, 4, o ex-governador José Melo, também preso desde o dia 31, foi transferido para o mesmo presídio. A juíza Jaiza Fraxe também decretou nesta quinta a prisão preventiva da esposa de Melo e ex-primeira dama, Edilene Gomes de Oliveira.