Por Rosiene Carvalho, da Redação
A decisão do TRE(Tribunal Regional Eleitoral) do Amazonas de adiar mais uma vez o julgamento do processo que pede a cassação do governador José Melo (Pros) e pautar o caso para o dia 26 de setembro pode minimizar os impactos do resultado nas campanhas dos candidatos a prefeito de Manaus no primeiro turno das eleições municipais.
Se fosse julgado nesta sexta-feira, 16, o resultado da decisão ganharia a rua a 15 dias do pleito. No dia 26, faltarão apenas cinco dias para a votação. Com um espaço de tempo maior, as campanhas teriam ampliadas as possibilidades de dar uma conotação positiva ou negativa sobre o resultado e tentar atingir, com isso, as coligações adversárias.
O adiamento justificado pelo presidente do TRE, Yêdo Simões, com base na mudança do Código Eleitoral e em exames por causa da saúde debilitada do jurista Francisco Masques é plausível. Mas também conveniente para os grupos políticos em disputa. Em Manaus, os dois candidatos que polarizam a disputa, segundo as pesquisas eleitorais, estão posicionados como “oposição ao Governo” e “o grupo do Governo”.
“Oposição” é como se apresenta o candidato à reeleição Arthur Virgílio Neto (PSDB) desde que rompeu com Melo. Mesmo evitando aparecer desta maneira, o candidato Marcelo Ramos contabiliza em seu palanque o apoio do grupo político de Melo, que tem no senador Omar Aziz (PSD) seu símbolo maior.
No grupo de Arthur Neto, houve certo alívio porque havia uma expectativa de que a decisão favorável a José Melo poderia minimizar as más avaliações do eleitorado sobre o governo dele. Estas avaliações negativas são os dardos que Arthur dispara contra Marcelo. E seria mais um fato negativo para uma semana em que o tucano foi bombardeado por vídeos e áudios que “viralizaram” nas redes sociais atingindo, inclusive, sua vida pessoal.
No Governo Melo, o clima indica que, mesmo saindo às vésperas do pleito, um resultado favorável ao governador pode dar a ele um “salvo conduto” para se soltar mais no segundo turno.