O PCdoB avalia lançar o líder estudantil Yann Evanovick, de 25 anos, como candidato a prefeito de Manaus nas eleições deste ano. A estratégia do partido é tentar conquistar o eleitorado jovem (16 a 29 anos) da capital, que chega a, aproximadamente, 35%, segundo o TRE (Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas). No ano passado, o presidente estadual do PCdoB, Eron Bezerra, afirmou em um site ligado ao PCdoB do Amazonas que a candidatura de Yann era uma “proposta de renovação em todos os aspectos de sentido do termo governança”. O jovem militante foi o pivô do desentendimento entre a deputada estadual Alessandra Campêlo, ex-comunista, e Eron, provocando a saída dela para o PMDB. A pré-candidatura à Prefeitura de Manaus foi o motivo da contenda entre os dois: Alessandra queria ser a candidata do PCdoB, mas Eron preferia Yann. A deputada considerava o jovem despreparado para o cargo, mas Eron disse que Yann tinha “grande capacidade de argumentação, grande capacidade de agitação e de mobilização de popular”. O ex-deputado se referiu à época em que o líder estudantil mobilizou centenas de jovens em uma paralisação do trânsito para protestar contra o aumento da passagem de ônibus na gestão do ex-prefeito Serafim Corrêa (PSB – 2004 a 2008). Atualmente, Yann Evanovick é presidente da União da Juventude Socialista.
“Grande capacidade de argumentação, grande capacidade de agitação e mobilização popular” não quer dizer, a menos a meu ver, que este rapaz possui “grande capacidade” de gestão, de administrar a coisa pública. Qual é a experiência que este rapaz possui? Qual é o conhecimento teórico (porque este é, sim, necessário) e prático que este rapaz possui sobre a coisa pública, sobre os processos e procedimentos públicos, sobre o funcionamento da máquina pública? Até onde eu sei, nenhum ou pouquíssimo. Mas as eleições no Brasil são assim: o importante é convencer o povo, “mostrar que se é” competente e não sê-lo realmente.